Esse foi o chamado feito pela palestino-brasileira Aline Baker aos participantes do Fórum Social Temático, em Porto Alegre, à mesa sobre “Comunicação, juventude e direitos humanos”, em 21 de janeiro. Prima de Islam Hamed, palestino-brasileiro preso por Israel desde outubro último, ela informou sobre campanha pela sua libertação e repatriação ao Brasil,bem como sobre o caso em questão.
Aline representou na atividade a Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada e a Frente em Defesa do Povo Palestino, que promove a campanha por Islam Hamed. Ela enfatizou que o primo, agora com 30 anos, enfrenta prisões políticas como essa desde os 17 anos – quando ficou cinco anos nos cárceres israelenses por cinco anos por atirar pedras em tanques. Nos últimos 13 anos, contou Aline Baker, ele viveu apenas 16 meses em liberdade. Entre as prisões, ficou entre setembro de 2010 e julho de 2015, em cárcere da Autoridade Nacional Palestina, uma espécie de “gerente da ocupação”. Após 101 dias em greve de fome e uma campanha a partir do Brasil em que a mídia livre teve papel fundamental, ele finalmente foi libertado. Sem o governo brasileiro avançar nas negociações por salvo conduto de Israel e sem assumir a responsabilidade pela vida do cidadão palestino-brasileiro, Islam Hamed teve que ficar escondido. Uma criminalização a quem resiste a uma ocupação criminosa,que culminou na atual prisão. Até ser novamente preso, agora por Israel.
A injustiça imposta ao cidadão palestino-brasileiro é parte do sistema repressivo de Israel, que mantém cerca de 7mil presos políticos palestinos,dos quais 470 crianças, 60 mulheres, 660 em detenção administrativa e cinco parlamentares – como demonstrou a ativista, um estado de apartheid, que expande a cada dia a colonização de terras palestinas. Ela relatou essa realidade, que foi constatada pelos integrantes da missão humanitária a Gaza, aprovada pelo Conselho Internacional do Fórum Social Mundial e realizada entre março e abril de 2015, após o evento em Túnis, na Tunísia. “Na fronteira, dois dos 16 membros da missão foram impedidos por Israel de entrar na Palestina, tudo porque possuíam nomes árabes: a jornalista brasileiro-palestina Soraya Misleh, que como eu,tem a maior parte da família vivendo na Palestina, e o intérprete do grupo, Mohamad Kadri.” E concluiu: “Vimos e vivemos muitas coisas tristes na Palestina, mas a força, a coragem e o amor do povo palestino nos motivam a seguir a luta todos os dias.” Exigir do governo brasileiro que retome as negociações pelo salvo conduto a Islam Hamed e garanta sua integridade física é parte dessa luta.”Juntos podemos conseguir essa vitória importante e simbólica para a causa Palestina”,finalizou Aline Baker. Acompanhem a campanha em Libertem Islam Hamed (facebook) e participem.