Foto Daniel Mello/Agência Brasil
Grupos de danças folclóricas bolivianas desfilaram na tarde de hoje (3) na Avenida Paulista, região central da capital. A atividade é uma preparação para a sétima edição do Fórum Social Mundial das Migrações, que vai ocorrer dos dias 7 a 10 de julho na cidade. “O nosso objetivo hoje aqui na Avenida Paulista é mostrar para a cidade de São Paulo que os imigrantes estão na cidade, que eles contribuem para a cidade de São Paulo”, ressaltou o coordenador técnico do fórum, Paulo Illes.
Os debates sobre migração e refúgio serão feitos com palestrantes de diversas partes do mundo. As discussões serão organizadas em torno de eixos como mudanças climáticas, questões de gênero, trabalho descente e moradia. Uma novidade serão as conversas sobre direito à cidade. “Onde nós queremos aprofundar as políticas desenvolvidas pelos municípios e autoridades locais pelo mundo a fora”, enfatizou Illes.
Entre os convidados, estão o secretário Geral da União de Nações Sul-Americana, Ernesto Samper e o ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica. O evento acontece na Universidade Zumbi dos Palmares e no Centro Esportivo e de Lazer Tietê, na zona norte paulistana.
Visibilidade
Ao trazer grupos tradicionais para a Avenida Paulista, que aos domingos funciona como rua de lazer, uma das ideias, segundo Illes, é trazer a atenção a essa e outras comunidades migrantes que vivem na capital paulista.
Essa foi uma das motivações da enfermeira Patrícia Gonzales ao participar das apresentações de danças típicas. “Eu acho que aproxima. Porque o brasileiro às vezes tem um conceito muito fechado do boliviano. Acho que só trabalha em costura. Não tem a parte cultural, a tradição. A parte bonita que a gente vem mostrar e divulgar para todo mundo”, ressaltou a jovem de 26 anos, que também participa de uma organização não governamental que presta atendimento em saúde para bolivianos.
“A gente faz orientação e planejamento familiar. Os materiais que usamos são todos em espanhol. Os voluntários são todos ou descendentes de bolivianos ou bolivianos mesmo”, conta a enfermeira brasileira, filha de bolivianos. A proposta é superar as barreiras culturais e linguísticas enfrentadas pela comunidade ao tentar acessar serviços como de atendimento odontológico, psicológico e atenção médica. “Eles não se sentem bem recebidos”, comenta Patrícia sobre a impressão dos bolivianos a respeito dos serviços brasileiros.