Golpe e retrocessos no Brasil

Queridos(as) amigos e amigas.

Vivemos hoje uma manhã triste, marcada pela suspensão do exercício do mandato da Presidenta Dilma Rousseff, em um ataque à nossa jovem democracia. É também um golpe contra as políticas sociais de um ciclo de governos em que o Brasil esteve comandado por um operário e, depois, por uma mulher.

Erros à parte, sempre apontados pelas esquerdas e movimentos sociais, não é por causa deles que o governo está sendo afastado, mas, conforme as palavras da presidenta Dilma, por uma farsa jurídico política (e acrescentamos: MIDIÁTICA) organizada pelos partidos que perderam a eleição em 2014

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Dilma Rousseff disse que já enfrentou a dor inominável da tortura, a dor da doença, mas agora está enfrentando a dor da injustiça, a pior dor que se pode impor a um ser humano. Abraçada por apoiadores que foram recebê-la na saída do Palácio do Planalto, Dilma juntou à palavra injustiça, a denúncia da traição, Seu governo será assumido pelo vice-presidente do partido que ocupou os principais ministérios durante seu mandato mas que abandonou o governo para votar pelo impeachment e, com isso, ocupar a presidência interina.
Confesso que nunca imaginei que seria necessário lutar de novo contra um golpe no meu país, declarou Dilma à imprensa.

O perfil conservador e patriarcal do governo interino é claro: nenhuma mulher sequer foi nomeada (ou aceitou nomeação) como ministra e já foi decidida a extinção sumária de ministérios estratégicos para a emancipação social como Ministério da Cultura e Secretaria da Igualdade Racial e das Mulheres. O plano para a economia representa tudo que o FSM sempre combateu, com a aplicação do modelo neoliberal de ajuste fiscal e perdas de conquistas sociais e trabalhistas
Acompanhada pelo ex-presidente Lula na saída do Planaldo, Dilma pediu ao povo brasileiro que continue mobilizado e lutando em paz pela democracia.
Enquanto o Congresso decide a votação definitiva do impeachment, que poderá durar de 3 a 6 meses, nós agradecemos a mobilização internacional para denunciar o golpe em curso no Brasil.
O Fórum Social Mundial sempre foi para nós um espaço internacional marcado pela pressão por direitos e democracia, que influenciou as lutas da América Latina. Vivemos agora graves retrocessos e ameaças em nosso continente Por isso, é muito importante reconhecer o FSM como espaço de articulação da resistência e de solidariedade.

Nossa luta continua
12 de Maio de 2016
Coletivo Brasileiro do FSM

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