Durante o Encontro do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial (CI-FSM) realizada após o fórum de Montreal, em agosto de2016) uma comissão foi formada para trabalhar na criação de uma Assembleia de movimentos que daria continuidade entre as reuniões globais e mais conexão entre todas estas assembleias nacionais, regionais ou temáticas que já estão organizada com cada eventos do fórum social. O objetivo final é assegurar uma melhor participação dos movimentos em um FSM renovado que, pela Assembléia, continuará a apoiar os movimentos na definição e implementação de estratégias comuns a nível global, de um evento do fórum para outro.
Este documento inclui todas as propostas discutidas durante a reunião do CI Porto Alegre, durante o Fórum Social Mundial das Resistências, em Janeiro de 2017. O seu objectivo é explicar o processo, a estrutura proposta das assembleias locais e da assembleia mundial, os objectivos, os resultados esperados, os recursos, matérias potenciais datas de reuniões, e outras oportunidades que podemos desfrutar como parte do processo de implementação.
Este documento deve agora ser submetido a uma ampla consulta dos movimentos internacionais, dentro e fora do processo do Fórum, para validar e especificar os seus interesses em uma assembleia permanente.
O nome da assembleia continuou a ser debatido. Inspirado pelo processo do Fórum Social das Resistências este ano no Brasil, eu incluí uma proposta de usar o nome “Assembleia Mundial das Resistências”
Definição da Assembleia Mundial das Resistências
A Assembleia Mundial das Resistências visa criar, no processo do FSM, um espaço mais diretamente relacionado com a resistência social e os movimentos em luta.
É uma assembleia permanente, que identifica e lista lutas e movimentos em curso e lhes da a palavra. Garante lugar e voz no processo do FSM e nos eventos do FSM, a fim de favorecer o intercâmbio de conhecimentos, práticas e experiências par uma apropriação coletiva.
Estabelece uma cartografia das lutas e mobilizações em curso, por temas e territórios.
Ajuda a definir estratégias globais para os movimentos a partir das lutas e resistências locais. No final, a AMR visa a convergência de lutas por meio de coordenação dos objetivos, estratégias e ações.
Participação dos movimentos e estrutura:
Para garantir a continuidade do processo, nos propomos a construir uma estrutura que permite a partilha de informação e o acompanhamento. Mas os movimentos são muitos e variados. Eles são cidadãos, sindicais, indígenas, feministas, ambientalistas, etc. São diferentes, tanto em sua estrutura e no seu funcionamento interno. Alguns são formais, outros não. Suas visões e ações são múltiplas. São sectoriais ou globais, portadores de uma longa história ou são novos, tanto em suas perspectivas ou visões de mundo. Esta incrível diversidade aumenta as questões e desafios ao se pensar sobre a estrutura e os mecanismos de uma assembleia que venha a obter resultados nacionais e globais. Esta diversidade é também de uma riqueza extraordinária porque, naturalmente, podemos investir em redes, nacionais, regionais ou temáticas que já existem.
Internacionalmente, esta estrutura deve ser nova e aberta. Ele deve crescer em paralelo ao CI e visar tanto a integrar movimentos quanto dar a eles a liderança da AMR.
Antes de logística (por exemplo, para organizar um AMR dentro do FSM), a estrutura do processo deve ser política.
A partir da experiência, parece que a única estrutura que pode fornecer o melhor equilíbrio entre sectores e regiões seria uma estrutura bidimensional composta de Assembleias Mundial temáticas (clima, direitos do trabalho, racismo, igualdade, etc ..) e Assembleias nacionais ou regionais (América do Norte, África, Ásia, Europa, etc ..). Esta mesma estrutura bidimensional foi posta em prática para o Fórum Social dos Povos (Ottawa, 2014) e assegurou a participação de movimentos de estruturas e funções muito diferentes.
A Assembleia Mundial das resistências está no FSM. Ela é o encontro de todos os movimentos já envolvidos em uma assembleia local, regional ou temática.
Para assegurar a conexão entre as Assembleias, será criada um comissão de “representantes”, com os três mandatos seguintes:
Compartilhar informações em todas as dimensões da estrutura;
Assegurar a participação dos representantes nas reuniões;
Propor os “consensos” que devem ser validados – por consenso também – nas várias assembleias.
Não existe a priori uma direção a ser decidida. Este não é um modelo – onde, por exemplo, consensos devam chegar sistematicamente a partir de baixo – ou de acima – a ser adotado em outros níveis. Os consensos devem ser provenientes de todos os lados e devem ser aprovadas em todos as assembleias.
A comissão dos representantes pode estabelecer comitês de trabalho nos quais os movimentos serão convidados a se envolver
Calendário:
1. Outono 2016: Definir uma primeira proposta para a Assembleia;
2. Janeiro 2017: Fornecer um relato do trabalho inicial no CI em Porto Alegre;
Próximos:
3. Fevereiro a Abril de 2017: Consulta aos movimientos (incluindo aqueles que foram ativos nas Assembleias dos Movimentos Sociais) sobre os vários elementos do projeto AMR. A consulta irá abordar em particular as expectativas dos movimentos em relação ao projeto, o processo e a estrutura proposta, mas, especialmente, as estratégias comuns, ações e compromissos políticos, na perspectiva de um processo permanente, que continue de um fórum para outro, .
4. Junho de 2017: Apresentação do Relatório da consulta no segundo CI do 2017;
5. Outono de 2017 e 2018 : realização de assembleias nacionais, regionais o temáticas;
6. 2018: Organização de uma Assembleia Mundial no próximo FSM.
Algumas datas e oportunidades:
-Um Fórum Social em Detroit é esperado em os EUA de 8 a 11 de junho. Uma Assembleias das Resistências dos Estados Unidos poderia ocorrer;
– Em setembro, Montreal poderia realizar uma Assembleia contra o Racismo e para a Convivência;
– O Fórum Social Africano também discute uma Assembleia Africana ;
– Uma Assembleia poderia ser organizada no âmbito do Fórum Socialanti-nuclear, novembro 2017.
– Uma reunião poderia ser organizada no âmbito do Fórum Social da Internet (datas e local a confirmar)
– Uma reunião poderia ser organizada no âmbito do Fórum Social do Comércio Justo (datas e local a confirmar)