Um tribunal popular neste sábado (16), a ser aberto às 14h no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, e com transmissão ao vivo, julgará o estado de Israel a partir das denúncias de diferentes movimentos e organizações sociais sobre o impacto, no Brasil, do papel exercido pelo estado acusado na industrialização da guerra e na globalização da violência.
A atividade Tribunal Popular: O Estado de Israel no banco dos réus acontece na sequência de agressões e ocupações ilegais de territórios e recursos do povo palestino, desde a fundação do Estado de Israel, em 1948, que é chamada de Catástrofe (ou Nakba, em árabe), até o atual massacre na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 1900 mortos, a maioria civis, e pelo menos 400 crianças entre as vítimas fatais. Além de demonstrar solidariedade ao povo palestino, a atividade ajudará a mostrar o significado predatório e a dimensão internacional da ocupação dos territórios palestinos por colonos e forças militares de Israel.
Massacre na Palestina, vítimas no Brasil
Com sentença a ser proferida pelo juiz João Batista Damasceno, da organização Juízes pela Democracia, o tribunal contará com depoimentos apontando os desdobramentos dos negócios comerciais e militares com Israel no Brasil, onde a violência contra a população pobre e os movimentos sociais é alimentada com sistemas, armamentos e tecnologias de vigilância israelenses, testadas rotineiramente contra o povo palestino.
A fase de denúncias terá a participação de entidades que farão depoimentos sobre a violência policial no Brasil, o genocídio da população negra, a repressão aos movimentos e protestos, os acordos militares, os convênios acadêmicos que favorecem a ocupação da Palestina e a situação da comunidade palestina no Brasil. A promotora, Soraya Misleh, da Frente em Defesa do Povo Palestino, terá então 20 minutos para a acusação que será avaliada e julgada por 10 organizações sociais e sindicais que constituirão o Juri, e instruirão a decisão e sentença do juiz Damasceno.
Confira os detalhes da programação e participações já confirmadas:
Tribunal Popular
O Estado de Israel no banco dos réus
Sábado dia 16 de agosto às 14h no Sindicato dos Metroviários de SP – Rua Serra do Japi 31 (Metrô Tatuapé)
Link para assistir ao vivo: ustream.tv/channel/ metroviários
Depoimentos (1h):
1. Violência Policial na Comunidade da Maré com uso do caveirão: Jefferson Mendes (Quilombo Raça e Classe)
2. Violência Policial contra a Juventude Negra em SP: Comitê contra o Genocídio da População Negra
3. Violência Policial contra movimentos por moradia em SP: Agnes (MTST)
4. Violência Policial contra movimento sindical em SP: Ricardo Lourenço (Sindicato dos Metroviários de SP)
5. Repressão contra movimentos sociais em SP: Jasmin (Comitê Estadual de Luta contra a Repressão)
6. Acordos militares Brasil-Israel: Lucia Skromov (Comitê pela Retirada das Tropas do Haiti)
7. Convênios acadêmicos: Karla Dias (ANEL)
8. Convênios acadêmicos: Lucas Marcelino (diretor de relações internacionais da UNE)
9. Situação da comunidade palestina no Brasil: Jamile e Abdel Latif
Promotora: Soraya Misleh da Frente em Defesa do Povo Palestino (20 minutos)
Defesa: foram convidados a SSP-RJ, SSP-SP, Ministério da Defesa, Casa Civil do governo do RS e Itamarati. Nenhum está confirmado
Juri (1h):
1. CSP-Conlutas / MML – Joaninha
2. CUT – Julio Turra
3. CGTB (a confirmar)
4. Intersindical (a confirmar)
5. Unidos Prá Lutar – Davi
6. MMM – Carla
7. MST – Marcelo Buzzeto
8. Liga da Juventude Islâmica – Amer Massarani
9. Padre Julio Lancelotti
10. Rede Ecumênica da Juventude – Alexandre Pupo Quintino
Juiz: Dr João Batista Damasceno