Foto: Hospital de Soroka, em Beer Sheva, onde Rael al-Jabari morreru terça-feira/Wikimedia
Um prisioneiro palestino morreu nesta terça-feira em circunstâncias misteriosas, horas após ter sido transferido para um hospital, de acordo com o Comitê Palestino por Assuntos de Prisioneiros e Ex-Prisioneiros.
Issa Qaraqe, chefe do comitê, disse que Raed al-Jabari, de 35 anos, havia morrido no Hospital Soroka, horas após ter sido transferido da prisão Eshel, acrescentando que al-Jabari não sofria de qualquer doença.
Culpando as autoridades israelenses pela morte de al-Jabari, Qarage pediu a formação de um comitê internacional para investigar a morte controversa.
Raed al-Jabari era da cidade de Hebron, sul da Cisjordânia. Uma greve geral já foi declarada para quarta-feira em Hebron, e, dependendo de quando uma provável necropsia seja feita, é esperado que o funeral de al-Jabari aconteça amanhã.
Qarage alegou que al-Jabari foi “torturado enquanto era transferido” da prisão de Ofer para Eshel.
Autoridades penitenciárias israelenses divulgaram nota alegando que al-Jabari havia se enforcado. A Cruz Vermelha foi notificada e um comitê investigatório prisional terá a tarefa de examinar o incidente.
Al-Jabari foi detido no dia 26 de Julho quando se entregou às autoridades após atropelar diversos israelenses com seu carro, na área do bloco de assentamento Gush Etzion, aos arredores de Belém. Ele disse às forças israelenses que o ocorrido teria sido um acidente. A imprensa israelense, no entanto, vem se referindo a al-Jabari como um “prisioneiro de segurança”, termo usado em Israel para se referir a prisioneiros políticos Palestinos.
A morte de al-Jabari acontece uma semana após o prisioneiro Palestino Muhammad Hussein Rabee ter sido transferido para um hospital após ser torturado no complexo Russo de detenção Israelense, de acordo com o Comitê de Assuntos Prisionais da Autoridade Palestina.
Ainda, Arafat Jaradat, de 33 anos, morreu em fevereiro de 2013 após sofrer tortura por Israel enquanto era interrogado, de acordo com um especialista forense Palestino envolvido na necropsia de Arafat. Protestos em massa passaram a acontecer ao longo da Cisjordânia e centenas de Palestinos foram feridos durante confrontos com forças militares israelenses nas semanas seguintes a sua morte.