Enquanto esse quadro se alastra, a capital do gigante asiático, Pequim, nestes últimos dias, está sob o estado de alerta laranja (um abaixo do pior, vermelho), tendo em vista que os níveis de partículas tóxicas finas em suspensão do tipo PM 2,5 (material particulado medido em microgramas por metro cúbico) chegaram a 671 em algumas áreas da cidade em um dia, sendo que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), é de no máximo, 25. No ano passado, já ocorreram registros na casa dos 900 microgramas por metro cúbico diário.
A combinação dessas substâncias tem efeitos graves à saúde, facilitando o avanço de doenças cardiovasculares e pulmonares, por se tratar principalmente de sulfatos, nitratos, amônia, cloreto de sódio, carbono e pó mineral, que quando inalados podem alcançar as regiões periféricas dos bronquíolos, alterando as trocas gasosas pulmonares.
As neblinas tóxicas chamadas de smogs se alastram e o cenário se agrava dia a dia. Com esse alerta, ficam restritas ações como soltar fogos de artifícios e fazer demolições. Sistemas de rodízios de veículos também foram acionados. Em Pequim, foi determinado que 75 fábricas reduzissem sua produção e 36 as suspendessem, enquanto for mantida esta situação extrema. Desde o ano passado, registros mais intensos da poluição vêm sido noticiados, como na primeira quinzena de dezembro, quando a cidade de Xangai teve de suspender as aulas em escolas locais.
O ex- ministro da Saúde chinês, Chen Zu, chegou a afirmar à revista Lancet, que cerca de 500 mil pessoas morrem anualmente no país, de forma prematura, devido à poluição. As partículas finas que se propagam com a poeira, penetram nos pulmões causando danos ao organismo. De acordo com a OMS, a mortalidade em cidades com altos níveis de poluição excede em até 20 % os registros em cidades que optam por fontes mais limpas.
Todas essas notícias divulgadas pelos próprios canais de comunicação do país e por agências de notícia internacionais revelam um quadro cada vez mais drástico sob o efeito acumulativo de décadas de uso excessivo de carvão (combustível fóssil) como fonte de energia em um crescimento desordenado. No país, aproximadamente 80% da energia elétrica provém dessa fonte. Simultaneamente uma frota veicular superior a 240 milhões de veículos exerce pressão nesse efeito acumulativo poluidor.
A meta chinesa é de reduzir em até 25% as emissões de poluentes até 2017 e hoje também é o maior investidor mundial em energia limpa (energia solar, biomassa e eólica). Mas na prática é difícil estabelecer se conseguirá atingir esse percentual diante das mudanças necessárias condizentes à sua dimensão continental e ao consumo da maior população no mundo. Enquanto isso, a expectativa de vida dos cidadãos vai diminuindo. Um levantamento realizado por organização norte-americana apontou que no norte do país asiático chegou a 5,5 anos comprometidos.
O Governo chinês chegou a estabelecer a concessão de premiação a Pequim e a outras províncias que conseguirem diminuir seus níveis de poluição. O Ministério do Meio Ambiente chinês iniciou nesta semana inspeções em indústrias para verificar se estão respeitando a legislação.
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04/10/2009 – Poluição: a importância da pesquisa
16/08/2009 – Saúde Ambiental: A poluição que nos consome
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*Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk