Participação cidadã na comunicação é tema de discussão na UFG

A participação cidadã na comunicação pública foi tema de discussão da tarde desta quarta-feira (25/11), em mesa-redonda realizada durante a programação do Seminário de Comunicação Pública e Cidadania, promovido pela TV UFG, a Faculdade de Informação e Comunicação da UFG (FIC/UFG), a Assessoria de Comunicação da UFG (Ascom/UFG) e a Rádio Universitária.

A vice-presidente do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Rita Freire, e a Ouvidora da EBC, Joseti Marques, foram as convidadas para as apresentações que antecederam o debate. As duas apresentaram os órgãos de diálogo com a sociedade aos presentes, explicando como é recebida a participação popular na EBC.

Rita Freire iniciou sua fala destacando a importância do ambiente da universidade na discussão e na construção de uma comunicação mais democrática. “Que esse modelo não venha pronto para nós. Que a gente participe desse processo de gestação da comunicação que queremos”, provocou. A convidada contou um pouco da história da EBC, ressaltando as peculiaridades de essa ser uma TV pública e destacando o papel do Conselho Curador, órgão deliberativo que tem a função de garantir que o conteúdo da TV cumpra a vocação de mídia do público brasileiro.

Segundo Rita Freire, o Conselho garante a inclusão na programação de produções independentes, que não costumam ter espaço na grande mídia e também uma interatividade do público com o conteúdo exibido. “Precisamos nos fortalecer para que essa comunicação que nos representa se transforme em algo novo”, afirmou.

Rita Freire destacou, ainda, que o Conselho é um espaço importante de participação popular, mas que não é o único, lembrando o papel importante da Ouvidoria, uma das portas de entrada para a participação mais direta da população. Foi a vez então de Joseti Marques apresentar a Ouvidoria que, segundo ela, desempenha trabalho estratégico para “pensar a TV de forma diferente”.

A Ouvidora da EBC fez alusão aos 50 anos do curso de Jornalismo da UFG, um dos motivos do Seminário, afirmando que nada melhor que uma data comemorativa como essa para lembrar que a ciência precisa se renovar. “A universidade precisa dialogar com novas possibilidades sem preconceito. Os movimentos da juventude são uma tentativa de nascer o novo e temos que olhá-los com carinho”, opinou.

Para ela, existe no país uma visão equivocada do que é comunicação pública, destacando a TV pública. “Nós nos diferenciamos no conteúdo e na linguagem e somos nós que temos que fazer a sociedade acreditar no modelo de comunicação que fazemos, mostrando aquilo que a grande mídia não mostra”, afirmou. Segundo ela, embora a grande mídia tente desmerecer a audiência da EBC, ela é uma TV que os incomoda, pelo conteúdo diferenciado. “Queremos botar no ar aquilo que os professores descobrem e botam nos livros. Nesse ponto, as universidades não são nossas concorrentes, mas nossas parceiras”, pontuou.

Joseti Marques falou ainda sobre a criação do Centro de Pesquisa Aplicada, Desenvolvimento e Inovação em Comunicação Pública no país, projeto em parceria com a Unesco, do qual ela é diretora, e que deve ser concluído até o final do próximo ano. “Temos que desaprender e aprender de novo. Isso só se faz a partir da prática. Não temos tempo para ficar teorizando e depois ver se deu certo”, destacou. O Centro pretende ser referência para a comunicação pública no Brasil, na América Latina e na África, em especial nos países de língua portuguesa.

A Fundação RTVE está realizando transmissão do Seminário de Comunicação Pública e Cidadania, que vai até o final da tarde dessa quinta-feira (26/11), ao vivo via web por meio de seu site: www.rtve.org.br.

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