Na última semana, a agência reguladora de telecomunicações do México aprovou um projeto que obriga o Grupo Televisa a se desfazer de parte dos seus negócios. O principal grupo midiático do país terá de compartilhar a sua infraestrutura com outras companhias e perderá o direito à exclusividade nas transmissões de eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
A medida aprovada pelo Instituto Federal de Telecomunicação (Ifetel) visa estimular a concorrência neste setor estratégico e reduzir o monopólio da Televisa. Atualmente o grupo controla 70% do mercado e outros 30% estão nas mãos do Grupo Azteca. O projeto ainda determina que o grupo deverá fornecer toda informação que for solicitada pelo Ifetel, incluindo os dados sobre tarifas publicitárias.
As mudanças no México não se limitam às concessões públicas de televisão. Há vários meses, o Ifetel também investiga a empresa América Móvil, do magnata Carlos Slim, que controla 84% do mercado de telefonia fixa e de internet no país. Numa parceira com a empresa de telefonia celular Telcel, o grupo domina 70% do setor.
A ação do instituto regulador contra ambos os grupos é o primeiro passo da reforma das telecomunicações, impulsionada no ano de 2013 pelo presidente mexicano Enrique Peña Nieto.