Com um painel que reuniu representantes de organizações sociais de defesa da infancia e juventude, educação, direitos humanos e comunicação, foi lançada no dia 29 de abril em Natal (RN), a Caravana de Educação em Direitos Humanos.
Convidada para a abertura, a jornalista Rita Freire, facilitadora da Ciranda, recordou a passagem do educador Paulo Freire pela pequena cidade de Angicos, localizada na região central do Rio Grande do Norte, a 170 km de Natal, onde realizou a experiência da alfabetização em 40 horas, que fundamentou o método do educador hoje utilizado em diversos lugares do mundo.
Paulo Freire valorizava a vida das pessoas como fonte de conhecimento e as chamadas “palavras geradoras”, a partir do seu significado na vida dos alunos. O método foi lembrado para apontar o papel da mídia, que ignora ou desvaloriza os conteúdos significativos para a população, reforçando aquelas impostas pela cultura dominante. Na ocasião do lançamento da caravana, estava em discussão no Congresso a proposta de exclusão da palavra “gênero” dos planos de educação, na contramão dos ensinamentos do mestre.
A Caravana está sendo realizada por meio de um convênio com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), em parceria com o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), governos municipais e estaduais, além de instituições públicas de educação e direitos humanos apoio da Secretaria dos Direitos Humanos (SDH).
A proposta da caravana surgiu a partir do I Fórum Mundial de Direitos Humanos (FMDH), realizado em dezembro de 2013 em Brasília (DF).Um dos objetivos da caravana é que os movimentos sociais, comunidades e instituições de diferentes áreas se apropriem dos temas e campanhas surgidas do FMDH.
Em Natal, a presença da Ciranda foi aproveitada para uma reunião com ativistas locais da comunicação, em torno da importância da articulação regional e integração com os movimentos de comunicação do restante do país. “Algumas pessoas já integram coletivos e organizações, outras têem blogs e procuram atuar ao lado das mobilizações que acorrem em Natal e são bastante expressivas. Mas ainda não existe um coletivo regional” disse Rita Freire, “e este foi um dos temas da nossa roda de conversa informal”
Na ocasião, a jornalista concedeu entrevista sobre as mobilizações em torno do Marco Civil da Internet, e dos desafios a partir da Conferência Net Mundial.
A Caravana dos Direitos Humanos deve seguir para outros estados, abordando outros temas que relacionam as lutas da sociedade com a necessidade da defesa e promoção dos direitos humanos.