Japão: o lixo não é um problema do outro

A atitude cidadã desses turistas incentivou boas pautas a respeito da cultura japonesa e reflexões sobre o andamento da implementação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos brasileiro. Foi levantado o perfil de um país que evolui aos poucos neste quesito e incentiva e também obriga, de certa forma, por meio de lei, que cada habitante seja responsável por seu resíduo e, acima de tudo, tenha consciência disso desde a infância. Não existe transferência de ‘problema’ com essa lógica de tratamento. Os itens eletrônicos têm um apelo maior em uma nação que tem de enfrentar os dois lados dos avanços tecnológicos.
Hoje, existe por lá um esforço para a destinação correta do ‘lixo doméstico’ e grande parte do que hipoteticamente seria descartado ou inutilizado, é reaproveitado ou reciclado. É um traço que merece ser enaltecido, porque faz parte do cotidiano deles, que há alguns anos, não era bem assim. São mudanças de políticas públicas e culturais cultivadas com seriedade.

Cada pessoa se responsabiliza pelo que utiliza e pode contar com a infraestrutura adequada dos governos municipais, com locais para a entrega desses itens. A coleta seletiva é algo incorporado no dia a dia dos moradores. E a logística reversa faz parte deste ciclo, para que seja evitado o máximo possível, o desperdício. O que não é possível reutilizar ou reciclar acaba sendo incinerado e o governo japonês tem consciência da problemática da emissão de gases poluentes, e este é mais um motivo para estimular o empoderamento da sociedade na condução compartilhada da política da gestão dos resíduos. Um bom exemplo a nós, brasileiros.

*Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk

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