Três meses após sua libertação pela Autoridade Nacional Palestina, o brasileiro-palestino Islam Hamed, 30 anos, voltou a ser preso, na madrugada de sábado (24) desta vez pelo exército israelense.
Em uma sequência de prisões arbitrárias, Islam tem passado a maior parte da vida atrás das grades, sob acusações descartadas nos tribunais por falta de provas. A primeira, por Israel, aos 17 anos, por atirar pedras em soldados da ocupação. Na última prisão foi feita pela ANP, foi acusado de atirar em colonos israelenses e permaneceu encarcerado sob a justificativa de que, se fosse solto, poderia ser novamente preso por Israel, que discordava dos tribunais palestinos.
Islam Hamed foi solto após 100 dias em greve de fome, o que motivou campanhas internacionais e pressões do governo brasileiro por sua libertação. No final, Islam Hamed foi solto mas impedido por Israel de sair da Palestina para o Brasil, o que levou Islam a se esconder e escapar às ameaças de nova prisão.
Nas últimas semanas, homens e mulheres palestinas tem saído às ruas para defender-se das novas ofensivas do exército e dos colonos israelenses, que invadiram a mesquita sagrada dos muçulmanos, e passaram a prender a atacar os que resistem. Para os palestinos, esta pode ser considerada a terceira intifada (levante palestino contra a ocupação). A prisão de Islam Hamed aconteceu em Jenin, cidade da Cisjordânia, e levado a Jerusalém. Segundo a família, ele foi preso enquanto dormia e não tomava parte dos protestos.
No Brasil, o II Ato Unificado pela Palestina, convocado para sexta-feira, e a ocorrer em frente ao Consulado de Israel, em Sâo Paulo, em solidariedade à resistência palestina e pelo fim da ocupação israelense, se transformou também em um ato pela libertação de Islam Hamed e por sua vinda ao Brasil. A família e amigos de Islam Hamed devem participar do ato.