Foto: Dan Cohen / Mondoweiss
Organizações do Conselho Internacional do FSM, reunidas em Hammamet, na Tunísia, aprovaram a convocação de uma missão humanitária a Gaza, território palestino ocupado, a ser realizada na sequencia do FSM, que ocorre de 24 a 28 de março, em Túnis.
A data prevista para a realização da missão, cuja delegação brasileira inclui organizações não governamentais de direitos humanos, movimento sindical e parlamentares, entre outras entidades solidárias, é de 31 de março a 5 de abril. A proposta partiu das organizações brasileiras, como um gesto de solidariedade, ao encontro das pautas e campanhas históricas que norteiam o Fórum Social Mundial.
A crise humanitária na faixa de Gaza tem sido objeto de preocupação das diversas organizações de direitos humanos. Devido a um cerco que já dura sete anos, mais da metade das crianças que ali vivem sofrem de anemia, assim como cerca de 50% das mulheres grávidas – impedidas ou limitadas em realizar o pré-natal. Dez por cento das crianças têm seu desenvolvimento prejudicado por desnutrição.
Mais de 100 mil palestinos encontram-se sem condições de retornar as suas casas, desde os recentes bombardeios, entre julho e agosto de 2014. Os palestinos ficam diariamente até 18 horas sem energia. Esgoto corre a céu aberto. Sobretudo crianças e mulheres sofrem com essa situação. Vinte e seis escolas foram destruídas, além de hospitais.
A missão humanitária a Gaza demonstra a preocupação do Brasil em contribuir para minimizar essa situação e promover um gesto simbólico de solidariedade aos palestinos que enfrentam cotidianamente essa realidade. A proposta é que a delegação brasileira leve ajuda humanitária, incluindo fraldas descartáveis e outros itens possíveis de serem transportados.
A delegação brasileira solicitou suporte material e diplomático do governo brasileiro, que tem se manifestado contra a ocupação de territórios palestinos e reconheceu o Estado palestino. Esse apoio é fundamental para o êxito dessa missão humanitária e vai ao encontro dessa posição do Brasil e de suas ações nesse sentido, inclusive com o envio de carregamento de toneladas de arroz para Gaza após o fim dos bombardeios. A missão recupera ainda o sentido original do Fórum Social Mundial, de expressar in loco sua solidariedade e demonstrar que outro mundo é possível.