Na terra do sol nascente, muitas vezes também chamada do sol poente, a sakura, como é mais conhecida, se tornou um símbolo nacional, a partir do século VII, e anuncia a chegada da Primavera, neste país com temperaturas tão extremas e resiliente, que foi o único no mundo a ser atingido por bombas atômicas na Segunda Guerra Mundial. Contemplar o belo é metaforicamente uma maneira de trazer bons fluídos à vida. Estima-se que haja mais de 300 variedades por lá e as espécies matrizes dessas rosáceas, do gênero prunus, têm sua origem na China e na Índia.
Por aqui, os imigrantes japoneses cuidam desse pequeno universo oriental, que atualmente conta com cerca de 4,1 mil pés de cerejeiras, de acordo com o presidente da Federação Sakura e Ipê do Brasil, Pedro Yano. As variedades aqui cultivadas são a yukiwari, a himalaia, a oshima e a okinawa e cada uma tem sua época específica de florada.
Ficar sob essas árvores as contemplando (ritual do hanami) ou fazendo um piquenique são atitudes tradicionais dos japoneses, que foram incorporadas pelos nipônicos e pelos brasileiros que aprendem a cultura. Uma das cenas mais agradáveis de observar é a de anciãos, que participam destas vivências. Alguns, inclusive, com bengalas, não se intimidam em subir a pequena área íngreme para chegar ao bosque. Ao flagrar estes momentos, fica fácil compreender o quanto respeitam a natureza, que se veste de rosa, porque há um esforço coletivo para que isso aconteça. É a versão tropical ao vivo de trechos do clássico ‘Sonhos’, de Akira Kurosawa, de 1990.
*Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk