Há tempos os povos tradicionais na Amazônia descobriram a importância dos meios de comunicação. Isso possibilita que se informem, organizem-se, manifestem sua cultura e demonstrem a sua existência. Essas ações são ainda mais importantes quando se verifica que muito se fala da mata, mas se dá pouca visibilidade aos mais de vinte milhões de pessoas que moram nos oito países que abrangem o conjunto da região amazônica.
Nesse contexto, no ano 2010, a AMARC Brasil se comprometeu a fortalecer o direito à comunicação d@s habitantes e organizou diferentes oficinas e encontros na Amazônia Brasileira. Agora começamos outra etapa. Retomando o tema de nosso seminário “Rádios comunitárias para todos os povos”, a partir de maio próximo, vai ser realizado um projeto de formação que envolve comunidades e comunicador@s de quatro regiões: quilombos ao redeador de Frexal, no Maranhão, e as regiões do Tapajós, do Xingu e de Santarém, todos localizados no Pará.
O objetivo desse projeto, que traz o mesmo nome do seminário, é orientar as comunidades com os seus projetos de comunicação, capacitar @s comunicador@s de acordo com as suas necessidades, ajudar na criação de novas rádios comunitárias e reforçar a sustentabilidade das estações já existentes.
Depois de uma série de oficinas iniciais, vamos seguir o trabalho em rede, organizando mobilizações e atividades de advocacy (influência nas políticas públicas) para a formulação de uma lei de radiodifusão comunitária que contemple as necessidades e especificidades das comunidades da Amazônia.
A segunda iniciativa, chamada de “A Nave Vai… – intercâmbios quebram fronteiras”, consiste no acompanhamento de doze jovens comunicador@s da mídia amazônica que vão documentar a vida dos povos tradicionais. A partir de 17 de maio, durante seis semanas, el@s vão viajar por mais de mil quilômetros nas cabeceiras da Amazônia Equatoriana, Peruana e Brasileira.
El@s vão levar câmeras de vídeo, máquinas fotográficas, equipamentos de gravação e muitas perguntas: como é possível equilibrar a demanda incontrolável de todo o mundo por matérias-primas com as culturas locais e as perspectivas próprias e autônomas de desenvolvimento? E quais são as alternativas para a produção de petróleo e extração de madeira? Durante as jornadas conjuntas, os integrantes como podem informar ainda melhor a suas comunidades – e como eles podem fazer chega a todo o mundo a realidade cotidiana da Amazônia.
Ambos os projetos contam com a participação de parceiros como a Associação Latino-americana de Educação Radiofônica (Aler), o Instituto de Defesa Legal (IDL) e a ong Radialistas apasionad@s. Conjuntamente, as entidades também vão desenvolver e manter sites que pretendem documentar os projetos e compartilhar as ferramentas usadas. Mais em breve…