O painel “A conjuntura ambiental hoje”, do Fórum Social Mundial – FSM 2010, em Porto Alegre, teve como destaque, na manhã do dia 26 de janeiro, a exposição de Roberto Espinoza, coordenador do Fórum de Crise Civilizatória e da Coordenação Andina de Organizações Indígenas. Com convicção, chamou a atenção do público, ao afirmar: “Os povos indígenas estão na ofensiva ideológica…”
Espinoza explicou ao Blog Cidadãos do Mundo, após o seminário, que em outubro haverá um encontro em Cochabamba, na Bolívia, entre indígenas, povos africanos e grupos de apoio ao FSM, para discutir a crise civilizatória, que representa a modernidade com interferências da colonialidade. A estimativa é que participem cerca de 2 mil pessoas.
“Queremos a desmercantilização da vida e o crescimento da felicidade. Trataremos do tema subjetividade, para discutir conceitos a serem reavaliados. Não podemos, por exemplo, dissociar egocentrismo do racismo e do patriarcalismo”, disse.
O indígena afirma que a construção de hidrelétricas, como Belo Monte, no Rio Madeira, também afeta as comunidades do Peru. “O que pedimos é que haja consulta aos povos indígenas para a construção de hidrelétricas e de rodovias.” Segundo ele, a maior diversidade biológica está associada à diversidade popular e as indústrias (petroleiras, mineradoras) não podem deter o poder sobre o subsolo.
Espinoza está atento aos efeitos das mudanças climáticas. “Em 15 anos, se nada for alterado, as mudanças serão irreversíveis, de acordo com as divulgações científicas. Na Bolívia, já temos a malária, e na África, as catástrofes também são presenciadas…Chegamos ao limite da incapacidade ao desenvolvimento sustentável, por causa do capitalismo…”
Fonte: Blog Cidadãos do Mundo – www.twitter.com/SucenaSResk