Brasil – a hora da indignação mundial

[pt_br]1. Dar um forte apoio ao grito da Assembleia Mundial pela Amazônia (https://bit.ly/AssembleiaMundialAmazonia) a se inciar nos dias 18 e 19 de julho de 2020.

É na Amazônia brasileira que está sendo perpetrada impunemente a matança dos indígenas que protegem a vida da floresta e a vida na floresta. E com ela estamos testemunhando também um “genocídio” da natureza – se for possível usar essa palavra num sentido mais amplo – com um devastador desmatamento e a mineração predadora.

Essa ação bárbara de Bolsonaro se aproveita do drama da Covid 19, como explicitou claramente, em reunião de governo tornada pública, seu Ministro do Meio Ambiente: todos estão preocupados com a pandemia; é o bom momento para mudar regras e simplificar normas.

O afastamento desse Ministro está sendo exigido no Brasil e no mundo.

A Assembleia Mundial pela Amazônia está sendo promovida pela COICA: Coordenação das Organizações Indígenas da Cuenca Amazônica, pela REPAM: Rede Eclesial da Pan Amazônia; pelo FOSPA: Fórum Social Pan Amazônico; e pela COIAB: Coordenadoria brasileira das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica.

E uma primeira proposta concreta de ação já será nela discutida dia 19 de julho: uma Campanha Mundial de boicote a produtos, empresas, inversões, politicas de governo, acordos comerciais e extrativismos que destroem a Amazônia.

2. Multiplicar as denuncias, junto ao Tribunal Penal Internacional, dos crimes contra a Humanidade cometidos por Bolsonaro, demonstrando a intencionalidade de seus atos. Em todos os países há grande numero de juristas extremamente capacitados para preparar tais denuncias, de acordo com os princípios de atuação desse Tribunal.

Paralelamente, esse mesmo esforço jurídico poderia ser feito para que a Justiça em cada país impeça a entrada ou a saída do Presidente brasileiro, pelos crimes ainda impunes que vem cometendo, assim como de cada um de seus ministros, por cumplicidade em sua ação criminosa.

3. Segundo imagem criada pelo diretor de um dos Institutos responsáveis em São Paulo por testes com vacinas contra a covid 19, o número de óbitos diários, no Estado mais rico do pais, é o mesmo provocado pela explosão de um Boeing 747 por dia, que pode repetir-se até o fim do ano. No Brasil como um todo ocorre agora uma morte por minuto. Nessa estatística macabra, provavelmente o país logo passará à frente de todos os outros.

É então de outro tipo a terceira sugestão que faço aos muitos amigos e amigas de outros países: ajudar-nos a que não aceitemos, como se fosse “normal”, o número de mortes provocadas pela covid 19 em nosso país.

Estamos intensamente ocupados na resistência à destruição em curso das instituições, leis, normas, serviços e direitos duramente conquistados depois da queda do regime militar implantado nos anos 60. Com isso corremos o risco de nos acostumarmos com as noticias, que nos chegam todos os dias, das mortes do dia anterior. Foi a “naturalização” que fizemos da escravidão de negros, durante séculos, que hoje nos faz nos “adaptarmos” ao racismo e à escandalosa desigualdade social que caracterizam nosso país, vitimando majoritariamente os descendentes desses escravos.

Apelamos à indignação mundial para que não se arrefeça, em nossos corações e mentes, nossa indignação diante de cada nova morte evitável que ocorra. Não podemos deixar que acordos espúrios de cúpula mantenham indefinidamente impunes no poder os responsáveis pelo genocídio em curso.

NO ARTIGO ABAIXO, O BOM EXEMPLO DE CUBA!

https://www.folhape.com.br/noticias/cuba-comemora-ausencia-de-transmissao-local-de-covid-19/147700/?fbclid=IwAR3fqGcnPeavHPsIo2hQ41pi1zXl58VAlbx8I2sxWDaSvOPCCubdWOjiKiE

Foto: Paulo Desana/Dabakuri/Amazônia Real/09/05/2020
[fr]1. Soutenir fermement le cri de l’Assemblée Mondiale pour l’Amazonie (https://bit.ly/AssembleiaMundialAmazonia) qui commence les 18 et 19 juillet 2020.
C’est en Amazonie brésilienne que le meurtre de peuples autochtones qui protègent la foret et la vie dans la foret est perpétré en toute impunité. Et avec elle, nous assistons également à un « génocide » de la nature – s’il est possible d’utiliser ce mot dans un sens plus large – avec une déforestation dévastatrice et une exploitation minière prédatrice.

Cette action barbare de Bolsonaro profite du drame de la Covid 19, comme l’a clairement déclaré, lors d’une réunion gouvernementale rendue publique, son ministre de l’Environnement : « Tout le monde est préoccupé par la pandémie ; c’est le bon moment pour mettre en œuvre rapidement des mesures ilégales.

La destitution de ce ministre est demandée au Brésil et dans le monde.

L’Assemblée Mondiale pour l’Amazonie est promue par la COICA: Coordination des organisations autochtones de l’Amazonie; par REPAM: Ecclesial Network of the Pan Amazonia; par FOSPA: Pan Amazonian Social Forum; et par CONIAB: Coordination brésilienne des organisations autochtones du bassin amazonien.

Et une première proposition concrète d’action sera déjà discutée le 19 juillet : une campagne mondiale de boycott des produits, des entreprises, des inversions, des politiques gouvernementales, des accords commerciaux et des extractivismes qui détruisent l’Amazonie.

2. Multiplier les dénonciations, auprès de la Cour Pénale Internationale, des crimes contre l’Humanité commis par Bolsonaro, démontrant l’intentionnalité de ses actes. Dans tous les pays il existe un grand nombre de juristes extrêmement qualifiés pour préparer de telles dénonciations, conformément aux principes d’action de cette Cour.

En même temps, ce même effort juridique pourrait être fait pour que la Justice dans chaque pays empêche l’entrée ou la sortie du Président brésilien, pour les crimes encore impunis qu’il a commis, ainsi que chacun de ses ministres, pour complicité dans ses actions criminelles

3. Selon un image créée par le Directeur de l’un des Instituts responsables à São Paulo pour les tests avec des vaccins contre la Covid 19, le nombre de décès quotidiens dans l’État le plus riche du pays et aussi le plus inégal est le même causé par l’explosion d’un Boeing 747 par jour, qui peut se répéter jusqu’à la fin de l’année. Au Brésil dans son ensemble, il y a maintenant un décès par minute. Dans cette statistique macabre, le pays va probablement bientôt devancer tout le monde.

C’est alors d’un autre type la troisième suggestion que je fais aux nombreux amis et amis d’autres pays: aidez-nous à ne pas accepter, comme si c’était « normal », le nombre de décès causés par la Covid 19 dans notre pays.

Nous sommes intensément engagés dans une résistance à la destruction continue d’institutions, des lois, des normes, des services et des droits durement conquis après la chute du régime militaire installé dans les années 1960. Avec cela, nous courons le risque de nous habituer aux informations, qui nous arrivent tous les jours, des décès de la veille. C’est la « naturalisation » que nous avons faite de l’esclavage noir pendant des siècles qui nous fait aujourd’hui nous “adapter » au racisme et aux inégalités sociales scandaleuses qui caractérisent notre pays, dont les principales victimes sont les descendants de ces esclaves.

Nous appelons à l’indignation mondiale pour ne pas laisser refroidir, dans nos cœurs et nos esprits, notre indignation face à chaque nouvelle mort évitable qui se produit. Nous ne pouvons pas permettre que des accords fallacieux au sommet maintiennent au pouvoir indéfiniment impunis les responsables du génocide en cours.

Foto: Paulo Desana/Dabakuri/Amazônia Real/09/05/2020

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *