O menino Victor de Carvalho Leite, do projeto Grãos, fez a leitura da Declaração Infanto Juvenil no ato de encerramento do Fórum Mundial de Educação em Nova Iguaçu. O documento resulta da participação de cerca de 5 mil crianças e adolescentes no evento onde são as/os únicas/os protagonistas.
Na carta, meninas e meninos souberam tratar de todos os seus problemas e focalizaram particularmente a distância entre os avanços dos tratados internacionais e o atraso nas políticas públicas que deveriam aplicá-los. Nesse intervalo entre as boas intenções e as práticas perversas, estão praticamente todas as grandes misérias da infância e adolescencia mundiais.
As palavras lidas por Victor acusaram o vazio de programas e políticas públicas que protejam as gerações em crescimento das múltiplas formas de violência que elas são obrigadas a conhecer, especialmente a prostituição infantil e juvenil.
Ele também também falou da desproteção que representa a falta de programas que previnam a gravidez na adolescência e a exposição de crianças e jovens às doenças sexualmente transmissíveis. E falou ainda dos empregos que faltam para suas famílías.
No Fórum Infanto-Juvenil esses problemas foram tratados através de oficinas, conversas, teatro, danças e desenhos. Fizeram das instalações do Centro Social São Vicente, que sediou suas atividades, um pouco do que querem que a escola seja: alegre e acolhedora. Mas não querem ficar de fora das decisões.
Uma escola que as respeite, é o que pedem as crianças. E respeitar, segundo Victor, é acreditar na sua capacidade de propor um mundo melhor. É algo que ele pede, na declaração infanto-juvenil, ao Fórum Mundial de Educação: participação oficial das crianças e jovens nas instâncias propositivas e deliberativas do Conselho Internacional do FME. Ele terminou a leitura da carta propondo: “acreditem em nós e contem conosco”.