O sistema de cotas nas universidades públicas do Brasil vem sendo um assunto polêmico e pertinente atualmente. Foi a respeito disto que tratou o debate dirigido por Gustavo Amora, Cientista Político e Ernesto de Carvalho, antropólogo, ambos formados pela Universidade de Brasília, sobre Ação Afirmativa na UnB e Congresso Nacional, no II Fórum Social Brasileiro. Eles ampliaram a visão dos participantes sobre o programa Diversidade na Universidade, criado recentemente no Ministério da Educação (MEC).
O programa tem o objetivo de implementar e avaliar estratégias para a promoção do acesso ao ensino superior de pessoas pertencentes a grupos socialmente desfavorecidos, especialmente dos afro-descendentes e dos indígenas. Indo além do acesso, a iniciativa se empenha de que não só as cotas façam parte de ações políticas, mas também permitam que os negros permaneçam na universidade com bolsa de estudo, moradia e acompanhamento acadêmico.
O debate foi bastante movimentado. Foi preciso até fazer lista de ordem de opiniões, porque todos queriam participar. “Um dos problemas de haver resistência à aceitação das cotas é que ninguém quer abrir mão do privilégio de cursar uma universidade. Quando, por exemplo, 20.000 alunos cursam a UnB e 20% dos negros entraram por meio de cotas, significa que 4.000 brancos ficaram de fora.”- relata um participantes da discussão (nome não identificado). A UnB, aliás, foi a primeira federal de grande expressão a adotar o sistema de cotas. Dos 14.000 alunos da instituição, apenas 2% são negros, e dos 1.400 professores, o número cai para 1%.
Na ocasião também aconteceu a primeira exibição do vídeo “SOB O SIGNO DA JUSTIÇA: a luta pelas cotas na UnB, da autoria de Carlos Henrique Siqueira e Ernesto de Carvalho. O documentário, de 20 minutos, que retrata as dificuldades dos estudantes, professores e militantes do movimento negro sofreram para que a UnB estabelecesse cotas para o ingresso de novos alunos foi muito aplaudido pelo público que o assistiu.
Contato: ernestodecarvalho@hotmail.com