A Rede Jovem do Nordeste

Foto: Miguel Igreja

Com uma comitiva de 150 jovens de 9 estados nordestinos, a Rede Jovem do Nordeste marcou fortemente sua presença no II Fórum Social Brasileiro. Trata-se de uma articulação formada por grupos e gremios estudantis, também organizações culturais e que trabalham com ações comunitárias, associações de moradores com dirigentes jovens e ongs que trabalham com a juventude nos nove estados da região. Segundo Isaac Menezes, um dos coordenadores da rede, a maioria dos integrantes da delegação – cerca de 120 – são pernambucanos, provenientes tanto da região metropolitana como do sertão. “Como o processo de organização do FSB foi muito rápido, não conseguimos nos articular do jeito que queriamos”, observa.

Ele conta que, no geral, a rede priorizou levar ao fórum os jovens provenientes do agreste nordestino, porque é onde há mais dificuldades. “Não é que é melhor ser jovem na capital que ser no interior, mas o acesso às as coisas que nós temos nas capitais, mesmo sendo ruim… lá ainda é pior”, explica. Na delegação de Fortaleza, por exemplo a maior participação era pessoal do sertão de Quixodô e Quixorô. A da Bahia e a da Paraíba seguiram o exemplo.

De acordo com Menezes, essa mobilização foi possível porque a Rede Jovem do Nordeste foi a primeira organização a se manifestar que queria e abraçava a idéia de que o II FSB fosse na região, um processo ocorrido a partir de setembro de 2005. “E foi um desafio para nós como entidade que veio participar e propor atividade e que esteve também organizando os alojamentos, e foi a primeira experiência da gente na organização de um fórum que não era apenas regional”, aponta. No Fórum Social Mundial, a rede participou do Acampamento Intercontinental da Juventude. No II FSB, apenas duas organizações cuidaram do alojamento. “Deu certo porque teve militância ajudando nas escolas e isso deu um gás… Não foi só a juventude que ficou nas escolas, foram também outros movimentos como a Articulação de Negras e Negros do Nordeste, a Associação de Meninas e Meninos de Rua da Bahia, etc”, conta.

Em sua avaliação, a rede saiu fortalecida pelo intercâmbio entre pessoas com a mesma utopia. “É isso é o que estamos levando novamente para nossas bases. Esse vento forte que re-ascendeu a utopia. Essas 15 mil pessoas que tem diversas bandeiras de luta mas que se juntam”, conclui. Uma das propostas surgidas no II FSB é articular a Rede Jovem do Nordeste com outras frentes para a criação de uma rede nacional.

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