Para explicar um pouco da história do nosso país com muita música, poesia e sensibilidade, a oficina no chuvisco do vinil, no Fórum Mundial de Educação, resgatou um pouco da identidade brasileira.
A dinâmica da oficina visava expôr em que situação se encontra o conhecimento das raízes musicais brasileiras. O educador entregou vinis para os participantes e disse para cada um olhar apenas para a capa e tentar explicitar um pouco do compositor/cantor que ali estava.
Ao final da dinâmica percebeu-se o quanto estamos alheios às raízes da nossa cultura musical.
Foram discutidos assuntos acerca da indústria fonográfica que imortaliza algumas figuras e exclui muitas outras, deixando-lhes apenas o legado do desconhecimento público em relação ao seu trabalho.
Muitos compositores/cantores produziram coisas fantásticas e foram esquecidos. Já cantores como por exemplo Roberto Carlos, Caetano Veloso, se associaram aos grandes meios de comunicação e da indústria musical brasileira, que lhes conferiu fama e dinheiro, através da mercadorização da música, observou o oficineiro e educador social Renato Gama.
Um assunto importante que foi destacado é a expropriação de composições, essas rendem fama e dinheiro a alguns cantores e não reconhecem o trabalho de quem elaborou a canção. Isso se dá devido a pouca curiosidade dos consumidores de música, no que diz respeito a história de quem a produziu, se atentam apenas a ponta do processo, ao cantor.
Foi relacionada toda a produção musical brasileira com a periferia, com a cultura negra, que está relacionada diretamente com a grande maioria dos gêneros musicais do nosso páis. A música popular brasileira está intrinsicamente ligada a cultura negra e periférica, mesmo que depois tenha tomado projeções das mais diversas e rejeitado suas origens ela continua tendo os traços da africanidade, salienta Gama.
Foi discutido que esse desconhecimento da nossa música popular, nos deixa desarmados em relação a invasão cultural do modo de vida americano, da cultura fonográfica de massa, das implicações que isso tem no nosso reconhecimento enquanto povo brasileiro, na nossa identidade.
Discutiu-se como a música pode ser usada enquanto um suporte pedagógico, em diversas áreas do conhecimento, assim como a oficina estava se valendo desse suporte para explicar um pouco mais da nossa história, dos nossos medos, das nossas angústias e esperanças.
Somos responsáveis por nossa cultura, não é vergonha não saber, a grande questão é mudar de postura, afirma o educador.