Ler, escrever, alfabetizar pra valer

Foto: Denise Gabriela. Detalhe de Mural feito para o FME por alunos da região do Alto Tietê

A apresentação da EMEF Parque Dourado II (do município de Ferraz de Vasconcelos) começou em tumulto: na sala ao lado a Associação de Assistência ao Deficiente Visual do Alto Tietê (AADVAT) fazia uma apresentação musical que atrasou o início da palestra.

Mas o atraso não interferiu no interesse de quem assistia à exposição do Projeto “ler, escrever, alfabetizar pra valer”, que modificou as bases do ensino nas primeiras séries das escolas municipais em Ferraz de Vasconcelos.

Este é um projeto que propõe maior qualidade de ensino aos alunos de primeira série por meio de um maior enfoque na alfabetização e na leitura, que são trabalhadas em todas as atividades apresentadas.

A primeira característica do programa é a atuação conjunta de dois professores em uma mesma sala, com o objetivo de diminuir a quantidade de alunos por professor e oferecer, assim, maior suporte.

A partir disso, novas estruturas de ensino foram desenvolvidas com o objetivo de dar maior enfoque às dificuldades individuais de cada aluno até que a sala toda esteja em um mesmo ritmo de aprendizagem. Isso é feito variando os métodos de aplicação de uma mesma atividade ao mesmo tempo em que se oferece ao aluno estímulo e motivação para progredir.

Uma das inovações feitas na estrutura de ensino foi a dinamização das aulas, onde agora uma atividade recebe vários enfoques diferentes e as crianças aprendem brincando. Exemplificando, as professoras Quedina e Gisele contaram sobre uma dessas atividades, onde através do preparo de uma vitamina de frutas foram dadas lições sobre construção de texto (preparo da receita), higiene alimentar e nutrição.

Servindo ainda como exemplo de integração educacional, as professoras contam que há trocas de experiências entre as duplas de professoras das diferentes salas. “Assim nós comentamos o que deu certo em nossa sala e sabemos o que funcionou na delas.” disseram.

E o trabalho tem apresentado resultados: “Temos apenas um aluno em fase pré-silábica”, afirmam as professoras.
Resta agora esperar que outros municípios despertem para a importância da alfabetização efetiva e da construção de uma base sólida de ensino desde a primeira série e, seguindo o exemplo de Ferraz de Vasconcelos, dêem às crianças uma atenção mais individual e personalizada.

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