Fotos: Fernandinha e Gal
Em oficina do Fórum Mundial Alto Tietê, o arte-educador Panikinho apresentou um breve histórico do movimento hip hop nos EUA e no Brasil, e deu ênfase ao 5º elemento, o conhecimento.
Entre referências a livros e teses sobre o tema, ele respondeu às dúvidas de professores (as), em especial a dificuldade de entender este movimento como um importante instrumento de mediação educativa e fruição da cultura. Ele explicou que isso é possível a partir do que os(as) próprios(as) professores vivenciaram quando adolescentes.
A oficina teve exercícios de memória “flash back” e os participantes contribuíram destacando manifestações e expressões musicais que faziam sentido para a juventude, em outros momentos e contextos históricos. Foram lembrados Jovem-Guarda, rock, samba, música negra,etc.
Exercícios de “Beat-Box”(sons feitos com a boca), na oficina, utilizaram metodologia que faz menção à uma das fases da pré-alfabetização defendida por Emilia Ferreiro. Depois, Panikinho mostrou como a criação de sons como expressão corporal (batendo palmas e estralando os dedos) é importantíssimo para se trabalhar a coordenação motora dos educandos.
A atividade “Dançando o Break” foi coletiva, com uma dinâmica que não deixou ninguém de fora, sem que necessariamente se precisasse saber dançar.
O arte-educador terminou a oficina destacando a importância de se trabalhar com a diversidade cultural, étnica, religiosa, de forma que seja possível contemplar a todos, desde que sejam devidamente respeitados e valorizados. As palavras do arte-educador foram confirmadas por um professor participante que trabalha faz algum tempo com o hip hop. Ele tem alunos com necessidades especiais e testemunhou estar conseguindo um ótimo resultado.
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[[Gildean Silva “Panikinho” é Pedagogo, Arte-Educador, Educador Social do Projeto Quixote, militante e pesquisador do movimento Hip Hop,e membro da Aliança Negra Posse e Soweto Organização Negra.
e-mail:panikinho@gmail.com]]
Hip Hop na escola, urgente!
Gostaria de parabenizar o arte-educador Panikinho por seu belo trabalho de feflexão e experimentação junto aos participantes do evento. A maneira como escolheu trabalhar o assunto permitiu uma sensibilização da platéia, permitindo uma identificação com os alunos adolescentes e a compreensão do sentido de aproveitar os elementos culturais atuais para a realização de tarefas de aprendizado, uma vez que são estes os elementos que permitirão um aprendizado calcado na experiência e em elementos significativos do dia-a-dia dos alunos.
Outro elemento interessante de sua proposta foram os aspectos lúdicos contidos na experimentação tanto dos recursos sonoros como na exigência de coordenação motora para a execução das atividades vocais-manuais e de dança. Brincar junto, divertir-se, com certeza terá feito dessa oficina um momento inesquecível para os participantes, o que marca a importância do significado desse brincar para a constituição de uma visão de si mesmo e dos outros.
Fica a sugestão de trabalhar a importância de outros elementos do hip hop na educação. A partir de uma experiência muito significativa para mim ao lado o oficineiro arte-educador OTA, vivenciei a riqueza do graffitti para despertar o interesse pelo aprendizado da escrita junto a meninos em situação de risco e vulnerabilidade social, na região da crackolândia. Também pude observar o trabalho criativo e instigante desenvolvido pelo próprio Panikinho através do uso do RAP (ritmo e poesia) junto a meninos de rua na busca de dar um sentido às próprias experiências de vida. Imagino que o RAP pode complementar o graffitti, num momento posterior, como ferramenta de escrita e leitura, principalmente se ambos forem acrescidos de seus aspectos mais lúdicos em complementação com o break e a as apresentações musicais dos RAPs produzidos.
Fica um grande abraço ao companheiro Panikinho.
Denise Gomes.
Hip Hop na escola, urgente!
Salve!
Sem dúvida foi uma experiência muito rica, esse encontro nos mostrou como o Hip-Hop pode contribuir – e muito – para a Educação. Espero que outros encontros sejam possíveis, farei o possível para estar presente.