Foto: equipe Instituto Paulo Freire
Um caractetística deste início desse século é que as relações sociais se dão sob a interface da mídia, seja qual suporte for, a internet, a TV, o rádio, o jornal impresso, o outdoor.
Os meios de comunicação estão mais presentes do que nunca na vida das pessoas, criando verdades, formulando subjetividades, reverberando valores, produzindo discursos e fantasias.
Na era moderna, instituições como a igreja, a escola, a família, o Estado faziam esse papel de construção do imaginário social dos sujeitos. Na atualidade a nova arena social é a mídia e seus produtos.
Uma criança de 7 anos passa em média quatro horas por dia na escola, imagine só quanto tempo ela passa exposta aos meios de comunicação? Nessa disputa de consciência e de formação da identidade cultural, os meios de comunicação tem a vantagem de serem onipresentes, de estarem em todos os lugares ao mesmo tempo.
Muito antes de ir para a escola, a criança já está exposta às mensagens midiáticas, como expõe o jornalista e diretor de escola Stellio Mendes, educador da atividade autogestionada, que visou discutir o papel do cinema como recurso auxiliar à aprendizagem. “As informações da sala de aula se tornam insuficientes, resumidas em relação aos produtos da mídia. Então resta ao educador ter a humildade de reconhecer que esses recursos são importantes na pedagogia”, afirma.
No entanto, ele ressalta a importância de se ter uma visão crítica em relação a essas produções, de se incetivar as produções escolares locais de mídia, visando complementar os conteúdos.
“Os educadores devem se prevalecer do audiovisual, para dicustir história, geografia, literatura, enfim qualquer conteúdo programático” afirma Mendes.
A oficina discutiu também o conservadorismo das escolas, com seu modelo clássico de educação formal. O mecanismo de educomunicação, com produção e convívio com o audiovisual, pode incentivar o protagonismo juvenil, fazer com que essas crianças e jovens agucem a visão de sociedade e promovam mudanças no seu círculo de relações comunitárias.
Um proposta é utilizar curtas metragens, por ser o longa mais cansativo, despertar menos a atenção da criança e do jovem e também tendo em vista a importãncia de se discutir, ao final do vídeo e/ou filme, os assuntos relacionados a essa produção.
No espaço escolar, o audiovisual pode tornar a experiência de apredinzagem algo mais dinâmico, mais atraente, mais parecido com o mundo que estamos vivendo, um mundo o qual tem a comunicação como algo central, comenta o educador.
A utilização dos recursos midiáticos pode contribuir inclusive para que essas crianças e jovens tenham uma leitura diferenciada dos próprios produtos da mídia de massa.