Foto: Equipe do Instituto Paulo Freire
O amor foi recomendado oficialmente como ingrediente educativo por ser “sentimento essencial para a vida e a esperança”. Com essas palavras, o Fórum Mundial de Educação do Alto Tietê terminou domingo em Mogi das Cruzes, deixando novas contribuições para uma Plataforma Mundial da Educação, que o processo FME vem construíndo ao longo dos últimos anos.
O amor que o fórum defende não é submisso à ordem estabelecida no mundo de hoje, mas sim rebelde. A Carta do FME Alto Tietê defende sua participação em um coquetel pedagógico que inclui, “o direito à suspeita e à dúvida contra os movimentos de dominação, a ética na luta contra a corrupção, a cidadania cosmopolita e planetária que articula o global e o local”.
Entre as recomendações e compromissos, o documento final do FME fala também em solidariedade com as lutas sócio-econômicas da África e desafios a enfrentar para garantir a sustentabilidade do planeta.
A valorização da diversidade e o respeito às diferenças foram palavras chave-neste FME que contou debates sobre direitos de inclusão na educação, a exemplo da defesa das cotas raciais nas universidades, mas que também ouviu vozes dissonantes, de quem não acredita que as políticas afirmativas paguem dívidas históricas, nem que o Estado tenha o papel e o dever de resgatá-las.
A Carta final do Fórum reafirma o papel do poder público na educação ao defender o acesso e a permanência na escola com qualidade social como direito inalienável de qualquer cidadão garantido pelo Estado. Mas acrescenta um “desafio ético de unir os diversos setores como empresas, órgãos públicos e sociedade na construção do Estado democrático, bem como da liberdade de pensamento, crítica e criatividade”.