Semana passada, a categoria petroleira de Minas Gerais foi surpreendida pela presença de diretores da Petrobrás e do Exército Brasileiro na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim/MG. A ocorrência destas visitas deixou a categoria em alerta, uma vez que tem crescido os rumores de uma privatização iminente da unidade mineira. O Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG) enviou ofício questionando a gerência local sobre as movimentações recentes.
A presença de diretores da Petrobrás na refinaria tem ocorrido com certa frequência. Como denunciado pelo Sindipetro/MG em fevereiro de 2022, há suspeita de que a empresa esteja utilizando de ações de averiguações de segurança, previstas nas normas da empresa, como fachada para realizar uma série de avaliações da refinaria, visando a sua privatização.
Nos últimos dias, o Sindipetro/MG recebeu informações de que a Regap está sob o risco de ser privatizada nas próximas semanas. A venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap), a única da Petrobrás em Minas Gerais, é uma afronta ao desejo da sociedade e ao projeto popular energético.
A entrega da Refinaria Landuplho Alves (RLAM), no estado da Bahia, a um fundo investidor estrangeiro tem demonstrado na prática os prejuízos da privatização para a sociedade civil. Sob gestão da Acelen, empresa ligada ao fundo investidor Mubadala Capital, desde dezembro de 2021, a RLAM já ajustou o preço do diesel em mais de 50%. Hoje, a população baiana está pagando a segunda gasolina mais cara do país.
É necessário que a sociedade mineira e os parlamentares do estado se mobilizem para bloquear a entrega da Refinaria Gabriel Passos (Regap) à gestão privada. Não podemos deixar que o governo Bolsonaro rife a qualidade de vida da população mineira em troca de sua reeleição. Os trabalhadores e as trabalhadoras de todo o estado de Minas Gerais têm pela frente um compromisso com a história, e devem ter como objetivo acabar com todo o entreguismo promovido por Jair Bolsonaro (PL) e por Romeu Zema (NOVO).
Presença de militares
O comparecimento das Forças Armadas na unidade ainda não foi justificado pela gerência local. Desta maneira, o Sindipetro/MG enviou um ofício à gerência da refinaria, cobrando explicações sobre a presença dos homens fortemente armados e exigindo a retirada das tropas do interior da refinaria.
A presença do Exército Brasileiro na refinaria é considerada anormal, e é vista como assédio moral contra a categoria que, nos últimos dias, tem realizado reuniões setorizadas para debater as estratégias de luta contra a privatização da Regap e pela garantia de melhores condições para exercer o seu trabalho.
Em vídeo divulgado nas redes sociais do sindicato, o coordenador-geral do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori, alertou para a presença de diretores da Petrobrás focados nas vendas das refinarias da Petrobrás. O coordenador-geral destacou que as movimentações da manhã desta terça-feira (7) e quarta-feira (8) representam uma tentativa de coagir a luta das trabalhadoras e trabalhadores.
“Lembramos que o Exército considera a refinaria como uma área de segurança nacional. Queremos que este mesmo exército considere então um absurdo a entrega desse patrimônio nacional nas privatizações de Bolsonaro. Nós precisamos do apoio de toda a população brasileira” afirmou Alexandre Finamori.
Fonte: Sindipetro MG