Por Hamilton Octavio de Souza, Lúcia Rodrigues, Renato Pompeu e Tatiana Merlino
O escritor Milton Hatoum é um fenômeno na literatura brasileira contemporânea: seus livros conquistam o grande público e o mercado, mas ele não faz parte do círculo de escritores de auto-ajuda ou baixa literatura. Autor de quatro romances sérios, densos, e de um livro de contos, Hatoum escreve devagar, faz inúmeras versões e revisões antes de lançá-los, revela que não gosta de publicá-los. Lançou Relato de um certo Oriente em 1989, que recebeu o Prêmio Jabuti. Dez anos depois, em 2000, lançou Dois Irmãos, que recebeu outro Jabuti e foi traduzido em oito idiomas. Em 2005, lançou Cinzas do Norte, que recebeu o terceiro Jabuti e vários outros prêmios. Em 2008 publicou Órfãos do Eldorado e, em 2009, lançou o livro de contos A cidade ilhada. Todos cairam no agrado do público, especialmente dos professores de português, letras e literatura, e dos leitores mais exigentes. Para muitos, a sua escrita lembra um clássico da literatura brasileira. Veja o que diz o escritor.
Renato Pompeu – Você levou 10 anos entre o primeiro e o segundo romance, né?
Milton Hatoum – 10 anos, estava encalhado no “Relato de um certo Oriente”.
Renato Pompeu – E como foi essa experiência?
Eu tentei escrever outras coisas e depois de ter publicado o Relato…, em 89, eu fiz uma tradução. Entre elas, um livro do Edward Said, Representações do Intelectual. Traduzi um livrinho do Marcel Schwob, que é um escritor francês desconhecido. Escrevi também alguns contos que depois foram reunidos nesse livro e trabalhei durante anos em um
romance que não publiquei porque se tornou um texto enorme, de mais de 800 páginas. Eu achei indecoroso publicar um texto que sofria de elefantíase. Não que eu não tenha gostado, é que naquele momento eu não tinha fôlego para reescrever e cortar muitas coisas. E foi um momento complicado, por que a universidade nos solicitava muito e eu não tinha muito tempo para ler e para escrever.
Renato Pompeu – A impressão que dá é que tendo em vista o sucesso imediato que o primeiro livro teve, aumentou a sua responsabilidade em relação ao segundo. A impressão que dá é que você criou uma expectativa em corresponder, não foi isso?
Não. Eu não sou muito ligado em sucesso. Eu considero a literatura uma parte da minha vida, e eu acho a vida muito mais complexa do que a literatura. É claro que quando você é elogiado por críticos, bons críticos, bons leitores, você fica contente e depois, de fato, se empenha em escrever alguma coisa que valha a pena. Mas eu não me senti inibido, tanto que eu escrevi uma coisa com muito pouca inibição, aliás, me soltei tanto, fui tão caudaloso que disse a mim mesmo que isso não podia ser publicado, pelo menos como está. Aí eu guardei, até porque eu não gosto de publicar muito, não sei dizer por quê.
Renato Pompeu – Quantos livros publicados você tem?
Então, eu tenho cinco livros em 20 anos. O “Relato” fez 20 anos em 2009, não é muito…
Tatiana Merlino – São quatro romances e um livro de contos, né?
Sim, é isso.
Lúcia Rodrigues – O senhor disse que as pessoas não têm poder, por exemplo, de publicar um livro por ano. Por que o senhor acha que acontece isso?
Porque muita gente publica qualquer coisa. Muitas vezes as pessoas não são exigentes consigo mesmas… Talvez a literatura, o que os americanos chamam de entertainment, de entretenimento, de uma mera diversão seja vitoriosa e também a literatura, vamos dizer, comercial tenha uma importância hoje muito maior do que uma literatura mais elaborada, e num país como o Brasil é difícil você encontrar um público leitor mais exigente, embora eu não possa reclamar disso porque os meus livros, sobretudo o Dois irmãos e o Cinzas do Norte alcançaram um público considerável para os padrões brasileiros, muitíssimo além das minhas expectativas. Mas literatura hoje é feita por qualquer pessoa que publique seus diários na internet, um blog. Acabam publicando um livro e nomeando isso de literatura. Eu acho que há aí uma falta de julgamento ético e estético sobre
a obra literária, a obra de arte.
Lúcia Rodrigues – O que precisaria ocorrer para que a literatura fosse de fato uma literatura e não meramente um jogo de informações? O que poderia ser feito para mudar esse tipo de coisa?
A pressão do mercado cresceu exponencialmente nos últimos 20 anos, eu lembro que quando eu publiquei o Relato em 89, ninguém me pediu para publicar outro livro em um determinado tempo, você não se sentia pressionado. O mundo era um pouco diferente. Eu acho que hoje essa relação do sucesso com a venda é uma relação… é só você ver o caso da auto-ajuda, do Paulo Coelho ou de vários outros escritores de auto-ajuda. Eles são considerados escritores e alguns são até mesmo da Academia Brasileira de Letras. Acho que faltam critérios críticos.
Lúcia Rodrigues – Como é que você vê os livros do Paulo Coelho?
Eu nunca li, não posso julgar porque eu nunca li.
Lúcia Rodrigues – Você considera literatura?
Eu não sei, eu desconheço a obra dele, mas certamente não seria um autor preferido para mim. Talvez porque a literatura brasileira já tenha uma tradição. A meu ver, o romance mais inventivo da língua portuguesa é o “Grande Sertão Veredas”. Foi um grande acontecimento para a literatura de língua portuguesa, mas só os portugueses sabem disso. Então um Graciliano Ramos, um Machado de Assis, Clarice Lispector.. Acho que há uns seis ou oito escritores- do Machado até os anos 70 – que estão dizendo para você que está escrevendo hoje: ‘Olha, existe aí alguma coisa a ser feita e isso não pode ser ignorado’.
Lúcia Rodrigues – Por quê?
Basta ligar a TV. Tudo que a gente consome do ponto de vista “cultural”, essa cultura massificada, ela é uma cultura totalmente sem conteúdo, totalmente alienante. O que a gente importa dos Estados Unidos? Eu não sou antiamericano, porque eu gosto da literatura, da cultura popular americana, gosto do jazz, do blues, gosto dos grandes músicos americanos. Mas o que chega no mundo como cultura americana? O que há de pior! Se a cultura americana for Madonna ou Beyoncé eu to fora. Ou se forem os grandes romances que são escritos para serem filmados sem nenhuma … Então essa cultura é uma cultura que sequestrou o lugar que a literatura tinha até os anos 70.
Tatiana Merlino – Eu queria voltar um pouco e perguntar como foi que começou a sua relação com a literatura. Você tinha 37 anos quando lançou o seu primeiro livro. Antes disso como é que se iniciou a sua relação com a literatura? Você já escrevia?
Eu comecei escrevendo uns artigos em um jornal estudantil no Colégio Pedro II, em Manaus, colégio estadual do Amazonas. Um jornal chamado “Elemento tempo feio”, que protestava contra o golpe militar, contra a ditadura, aliás este jornal é citado no “Cinzas do Norte”. Um jornal estudantil, né? Lá eu publiquei o meu primeiro artigo e depois, acho que quando eu tinha 15 anos, fui morar em Brasília sozinho, com mais dois amigos que por coincidência fundaram este jornal. O Aurélio Michilis e o Enéas Valle. Em Brasília eu estudei em um colégio de aplicação, que foi criado pelo Darcy Ribeiro, pelo Anysio Teixeira, era o Centro Integrado de Ensino Médio que pertencia à Universidade de Brasília (UnB). E em Brasília eu publiquei um poema no Correio Brasiliense contra a guerra do Vietnã, um poema muito panfletário. Assim eu comecei a escrever, eu tive bons professores na escola pública, então eu li alguns livros importantes.
Tatiana Merlino – Quais são as suas referências na literatura brasileira?
Um livro que me impressionou foi Capitães de areia e os contos do Machado, que eu li quando a minha mãe me deu as obras completas do Machado. Eu comecei pelos contos, ainda bem, porque com 13 anos…
Lúcia Rodrigues – Quantos anos você tinha quando leu as obras completas do Machado?
Eu tinha 13 anos, mas eu comecei pelos contos, com o “Histórias da Meia-Noite”. Eu achei o título misterioso e adorei o conto. Foi bom porque se eu tivesse começado pelos romances, com essa idade seria mais difícil.
Lúcia Rodrigues – Alguém orientou você a começar por esse ou por aquele?
Não, eu li na lombada Histórias da Meia-Noite e achei que isso tinha alguma coisa de misteriosa. Minha mãe tinha mania de língua, de querer que eu aprendesse línguas. A minha professora de francês tinha uns 83 anos e eu tinha 12. Ela era casada com o cônsul da França em Manaus. Era amazonense, tinha vivido por muito tempo fora, na França, e foi na casa dela que eu vi uma biblioteca que me impressionou. Ela tinha os clássicos franceses encadernados em couro, uma coisa linda, era uma casa antiga com um quintal também exuberante. E ela leu os contos do Flaubert também para mim, traduziu, e Um Coração Simples foi fundamental pra mim tanto que uma personagem de Dois Irmãos, a Domingas, é inspirada nesta Felicité do Coração Simples. E isso me tocou tanto que 35 anos depois eu traduzi esse livro com um amigo, estão lá três contos. Então esses livros foram importantes na minha formação, o Continente do Érico Veríssimo, Vidas Secas também me tocou muito. No colégio estadual eu li trechos, mas isso foi uma leitura obrigatória, uma leitura punitiva, eu li trechos de Os Sertões também, de Euclides da Cunha. Li e fichei e isso foi muito difícil, mas foi fruto de um castigo, de uma bomba que explodiu e a classe toda foi punida.
Renato Pompeu – A bomba explodiu por motivos políticos?
Não, puro vandalismo…
Lucia Rodrigues – E você estava envolvido?
Não, eu não era um santo. Nunca fui, aliás. Mas como não houve delação e era um professor severo, ele puniu a sala toda.
Hamilton Octávio de Souza – A sua formação superior é em que?
Então, aí eu sai de Brasília no fim de 79, não aguentei aquela cidade por causa da repressão. Era uma cidade muito policiada, a nossa escola foi invadida, a UnB foi invadida, o Honestino Guimarães era de lá. Eu sabia quem ele era, participei do movimento estudantil em Brasília e o Honestino depois foi assassinado aqui em São Paulo; ele é um dos desaparecidos, e eu não aguentei aquilo.
Lúcia Rodrigues – Você acompanhou a invasão da UnB?
Eu estava lá na UnB. Foi muito barra-pesada. Aquilo ali era de uma truculência enorme. Os meus amigos ficaram lá e eu vim para São Paulo, em 70. Depois eu entrei na FAU e cursei arquitetura, mas enquanto eu estudava arquitetura eu fui aluno ouvinte no curso de letras. Até o livro do Renato Pompeu, Quatro Olhos, era muito lido naquela época, era muito estudado, ainda é, mas foi lançado quando?
Renato Pompeu – 1976.
Exatamente. Era um dos livros, vamos dizer, mais lidos e estudados. E eu fui aluno do Davi Arrigucci Jr., um grande crítico, do Lafetá, fui amigo do saudoso João Luiz Lafetá, e até o Davi depois assinou a orelha do “Relato”. E aí eu quis sair do Brasil, eu trabalhei um pouco como arquiteto, dei aula de arquitetura no interior, em Taubaté.
Renato Pompeu – Trabalhou como arquiteto? O que você arquitetou?
Coisas horríveis, tudo o que eu fiz eu acho horrível. Eu trabalhei no começo como desenhista, como projetista em escritório. Depois ainda fiz alguns projetos e projetei uma casa, um centro comercial, aí parei totalmente. Naquela época eu colaborei com a revista Istoé, na época do Mino Carta. Aí eu queria sair do Brasil, ganhei uma bolsa e fui morar em Madri. Aí eu já comecei a me desinteressar pela arquitetura, não queria ser arquiteto mesmo e fiquei como bolsista em Madri durante três meses.
Tatiana Merlino – A bolsa era ligada à literatura?
Era uma bolsa do Instituto Ibero-americano de Cooperação, que era muito austero naquela época, era uma bolsa para estudar língua e literatura, mas o meu sonho era ir para Barcelona. Desde jovem eu tinha esse sonho de morar em Barcelona. Fiquei lá uns sete ou oito meses, tanto que no meu livro de contos há o conto “A Cidade Ilhada” que se passa em Barcelona, e é sobre um jovem professor de português. É um pouco auto-biográfico. Eu dava aula particular para as catalãs, fazia umas traduções também. Quando se é jovem, a gente faz tudo… Tudo mesmo, um monte de trabalho. Até cantar eu cantei.
Tatiana Merlino – Como assim? Até cantar você cantou?
Porque eu fui crooner em Manaus, eu tinha uma banda, tocava de tudo, era bossa nova, ieieie, a gente tocava em tudo que era lugar, clube, bordel, serenata. Era diversão, eu era garoto. E lá na Espanha conheci uma ex-Montonera (grupo da esquerda peronista que defendia a luta armada na Argentina) que cantava também e ela me disse: “Por que a gente não canta?” Eu não tocava nada e ela tocava, nós cantávamos, ela tocava nos bares de lá.
Renato Pompeu – Tocavam o que?
Ela tango e eu música brasileira.
Renato Pompeu – Você acredita que estar longe do Brasil, na Europa, te permitiu avaliar melhor a vida aqui?
No meu caso sim, eu acho que essa distância foi fundamental, porque aqui eu estava muito envolvido com tudo, né? Eu não tinha sossego, tanto que foi o tema do Cinzas do Norte. É possível ser artista neste país?
Lúcia Rodrigues – Por causa da ditadura militar?
Do romance, sim, mas acho que a pergunta transcende o período, a história do mundo no romance é essa história, né? É possível escrever neste país? Ou é possível ser artista neste país? Naquele momento, eu intui que eu devia ir embora. E para mim foi muito bom, apesar de não ter sido fácil. Mas você olha para o lado, os imigrantes, eles sofrem muito mais, infinitamente mais. Muitos deles chegam sem falar a língua, são de famílias paupérrimas, não têm os privilégios que a classe média tem. Eu não conhecia ninguém, mas enfim, falava espanhol, falava francês, podia frequentar um certo meio que um imigrante dificilmente frequentaria.
Lúcia Rodrigues – Quando você fala de imigrantes também coloca uma experiência que foi vivenciada na sua família, a partir da sua ótica dentro de casa, né?
Claro. As histórias que o meu pai contava eram histórias de penúria, de extrema escassez. O meu pai viveu nove anos no Acre, de 1939 até pouco depois da Segunda Guerra. O imigrante chega paupérrimo, leva uma vida na qual a preocupação dele é criar os filhos, garantir que os filhos deles frequentem as escolas, dar aos filhos uma oportunidade que eles não tiveram. Isso é clássico em qualquer imigração. Eu não falo árabe porque a minha mãe é brasileira, filha de libaneses. Mas ela já é de uma geração brasileira, não transmitiu a língua materna, a língua da mãe dela. Essa é uma das frustrações da minha vida, eu tenho muitas, mas essa é uma delas. É difícil, porque o árabe é uma língua complicada, como qualquer língua, mas por ser uma língua 100% fonética pra nós é uma língua muito difícil. Meu pai falava muito bem o português, e penso em como deve ter sido difícil para ele aprender a língua. As histórias de imigrantes são histórias de adaptação, de uma luta mesmo para você se fixar no lugar que você elegeu para viver. A imigração também, por causa disso, dá outra visão do teu país. Quer dizer, saber que o Brasil é também um país de imigração. Na minha infância eu ouvi outras línguas, minha avó materna era uma cristã casada com um mulçumano. Então, para ela, o francês era a segunda língua e eu ouvia ela falar também em francês, rezar em francês. Essas três línguas habitaram a minha infância, e acho que foi importante do ponto de vista afetivo e cultural. Ter nascido também em Manaus faz com que se olhe o Brasil de uma outra perspectiva. O Brasil desconhece o Brasil, pouca gente conhece a Amazônia, acha que a Amazônia é uma coisa só, quando a Amazônia são tantas.
Lúcia Rodrigues – Por que seus pais escolheram o Amazonas, Manaus para viver? Por que os árabes em geral vieram para a Grande São Paulo, enfim…
Foram para todo o Brasil, do extremo sul ao Acre. A imigração da parte do meu pai começou no Acre. O meu avô paterno chegou no começo do século 20 durante a revolução acreana, ficou lá durante uns 10 anos e voltou para o Líbano, e o meu pai cresceu ouvindo essas histórias do pai dele e veio depois com um primo.
Lúcia Rodrigues – E veio pra fazer o quê?
Ele veio se aventurar, ganhar… O Líbano é muito pequeno, é como Portugal, são países pequenos. Aí quando chega um cara, um imigrante que voltou e fala: ‘Olha o Brasil não tem fim’, eles ficam enlouquecidos… A Amazônia é metade da Europa, quase a Europa Ocidental. Meu pai veio para tentar a vida. Ele era um burocrata, um funcionário do Ministério do Interior. Ele não foi um imigrante do sentido mais clássico, mas ele penou muito quando chegou, pois o que ele foi fazer? Comércio, que a gente chama lá de regatão, que é a mesma coisa que o avô do Adib Jatene fez. Todos eles fizeram. Depois o meu avô não voltou mais para o Brasil. Meu pai ficou, casou com a minha mãe. Ela morou no Acre ainda um tempo, tanto que a minha irmã é acriana. Por muito pouco eu não sou acriano. Depois ele foi para Manaus e morreu lá.
Renato Pompeu – Você poderia dizer que você já nasceu no real maravilhoso?
De certo modo sim, porque o exótico para o brasileiro do sudeste ou para o estrangeiro não é exótico para mim. Para mim, exótico é essa São Paulo. A primeira visão de São Paulo foi a coisa mais exótica da minha vida. Eu achava que estava
em outro planeta quando eu vim para esta cidade. A escala de São Paulo é impressionante, isso é muito exótico.
Hamilton Octávio de Souza – Você mora em São Paulo desde quando?
Eu morei toda a década de 70 e estou aqui desde outubro de 98. Eu fui passar quatro meses na Europa em 80 e fiquei quatro anos. Morei na França e depois voltei para Manaus. Quando eu comecei a escrever o “Relato” comecei a sonhar em francês. E aí quando isso começou eu tive que voltar, porque eu não queria escrever em francês, isso pra mim estava muito claro. Mesmo que nessa época eu já estivesse bem adaptado à França. Naquela época eu estava casado com uma francesa, já podia trabalhar lá.
Tatiana Merlino – Você fez doutorado lá?
Não fiz lá, ia fazer aqui, mas acabei abandonando tudo e depois eu abandonei a universidade… Quando eu voltei para Manaus eu ingressei na Universidade Federal do Amazonas para dar aula de francês, o que fiz até 98. Nesse tempo eu dei aula também nos Estados Unidos, na Califórnia, passei umas temporadas lá e em 98 eu decidi sair da universidade.