O processo civilizatório é sempre uma operação de libertação e de conquista.
A segunda epopeia grega que nos chegou, como sendo de autoria do poeta Homero, ilustra uma das mais importantes dessas conquistas: aquela que o povo grego fez do mar à força de audácia, da paciência e da inteligência.
E Ulisses, no poema, é o herói dessa Conquista!
A reinvenção do mundo, a primeira Utopia.
Quem são esses Feaces, às terras dos quais chega um Ulisses náufrago, perdido para a vida e o mundo?
Eles são um povo de homens felizes, que habitam no seio do mar em fim “domado”, numa terra maravilhosamente fértil, onde vivem em sabedoria e em simplicidade.
A terra que se chama Esquéria, é um Eldorado, é uma ilhota da Idade de Ouro de um Hesíodo, poupada pelo tempo.
Ali, a natureza e a arte rivalizam ali em beleza, em esplendor, em virtudes.
Há no engenho do povo grego a imaginação clara de que os homens poderiam um dia fazer da terra um jardim maravilhoso, um lugar de paz e de sabedoria, no qual levaria uma vida de felicidade.
Pois a “Esquéria” de Homero foi a inspiração primeira de Thomas Morus ao escrever sua “Utopia”, vinte e quatro séculos após.
Carlos Russo Jr.
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