Apenas dois municípios no país têm como ‘segunda’ língua oficial, a indígena. Um é São Gabriel da Cachoeira, no extremo norte do Amazonas, que fala Nheengatu, Baniwa e Tukano. E agora, em Tacuru, MS, próximo ao Paraguai, o guarani foi instituído também ‘legalmente’, pelo Governo Federal, já que 30% da população local correspondem a esse povo, de um total de 9.554 habitantes.
Diante dessa notícia, veiculada pela Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural, do Ministério da Cultura (SID/MINC), fiquei pensando: segunda ou primeira língua? Afinal, o recorte do Brasil multirracial tem uma história polêmica de fundo e moralmente, qual é a raiz? Hoje estima-se que haja cerca de um milhão de indígenas, de 270 povos diferentes (os que restaram em mais de cinco séculos de colonização), que falam mais de 180 línguas, segundo a própria SID/MinC.