1.
Reunião do CI do FSM em Paris, 25 a 27 de maio de 2011
1) Agenda
2) Revoluções na região do Maghreb/Mashrek
3) Relatório da Avaliação de Dacar
4) Recursos do FSM
5) Futuro do Fórum e local do FSM em 2013
6) Comissões
6.1) Comissão de Metodologia
6.2) Comissão de Estratégia
6.3) Comissão de Comunicação
7) Novos membros
8) Próxima Reunião do CI
Anexos
Anexo 1 – Participação
Anexo 2 – Grupo de Trabalho dos Eixos
Anexo 3 – Sessão de Avaliação de Dacar: Grupos de Trabalho separados por idioma.
1) Agenda
25 26 27
Manhã
9h – 1. Sessão Plenária de Abertura 1. Sessão Plenária: Avaliação de Dacar e Recursos 1. Sessão Plenária: Conclusões
– 13h 2. Sessão de Plenária: Lutas e processos na região do Maghreb/Mashrek Solicitações de novos membros para o CI (Comissão de Expansão)
Almoço Almoço Almoço Almoço
Tarde 14h30 – Reuniões das Comissões 2. Sessão Plenária: Futuro do processo e próximo FSM Reuniões das Comissões (até às 16h)
– 18h30 Reunião do GE (16h – 18h)
Noite a partir das 18h30 Reuniões inter-Comissões e GTs
2) Revoluções na região do Maghreb/Mashrek
(relato de Kamal Lahbib, do Fórum Social Maghreb-Mashrek)
A euforia era enorme diante da constatação de que a revolução estava nas mãos e com tamanha facilidade. Quem teria imaginado que um ato de auto-imolação de um jovem desempregado poria fim a uma ditadura tão poderosa como a de Ben Ali e acenderia a faísca que ateou fogo em toda a região do Maghreb e Mashrek. Quem teria pensado que jovens manifestantes, utilizando-se de novas tecnologias (em um mundo visto como subdesenvolvido, inclusive no domínio digital), poriam em prisão um Mubarak.
O Ocidente colocou-se rapidamente a falar do “despertar” árabe, como se esta região estivesse num estado de letargia profunda e tivesse se acomodado com ditaduras e outros regimes autoritários; a amnésia é imperdoável. Os governos ocidentais não percebem que esta onda de protestos, revoluções e tsunami político, que se manifestam de Rabat às fronteiras de arame farpado de Israel, passando pelos países do Golfo e o Irã, são o resultado lógico de décadas de lutas dos movimentos sociais pela Dignidade, liberdade e justiça social. Todo um programa que põe em relevo em que medida a questão social é fundamentalmente política e que não pode se realizar senão por meio da democratização dos sistemas políticos e pela luta contra o sistema neoliberal que tem fortemente contribuído para a deterioração do poder de compra das populações desfavorecidas, o desemprego, a exacerbação dos conflitos, a morte de milhares de jovens que tentam forçar os muros construídos pela Europa, o crescimento das tendências identitárias, o racismo e a guerra…
A euforia atingiu seu paroximo em Dacar, no FSM 2011, quando do anúncio da queda de Mubarak. Não percebíamos que, por trás da queda, os exércitos eram recebdos pelos manifestantes com rosas e jasmins. As novas elites se encontram, hoje, impotentes na Tunísia para responder à impaciência legítima do povo por trabalho, acesso aos serviços sociais básicos e a luta contra a impunidade dos torturadores. A repressão retoma espaço, e percebemos o quanto a mudança, a revolução, a transição democrática são tarefas difíceis, especialmente quando pessoas do regime anterior permanecem no poder. A Tunísia abriu as portas, há esperança no resultado da revolução na Tunísia. Outros dirigentes optaram, com o apoio de alguns países do Golfo, a barbárie e a repressão selvagem e criminal contra os manifestantes, a Líbia se encontra em guerra civil, abrindo as portas à intervenção militar da OTAN. Milhares de mortos e um futuro incerto, mas nada será como antes: não há outro caminho do que a democracia em um mundo onde as ruas e o Facebook mostram um mosaico fragmentado de religiões, etnias, tribos, línguas, e uma fragmentação política e ideológica.
A reunião do Conselho Internacional do FSM não pode ignorar a reflexão e o posicionamento sobre um movimento que abalou não apenas a região do Maghreb e Mashrek, mas todo o mundo. O Conselho é chamado a enfrentar três desafios:
1. Reposicionar, na estratégia do FSM, uma região que tem sido marginalizada durante 11 anos do processo FSM. O FSM foi marcado pela cultura latina, enriquecido pela cultura européia, indígena e africana e só teria a ganhar ao integrar a cultura árabe e amazigh.
2. Tirar lições dessas revoluções inacabadas, questionando os esquemas que têm prevalecido sobre a região, inclusive os estados do chamado “Bloc du Refus” que não têm nada a invejar dos regimes reacionários na repressão criminosa e no desprezo pelos seus povos.
3. Fortalecer as articulações com os movimentos sociais da região, o que exige uma alta concentração de ações que permitam a ancoragem, a expansão e o aprofundamento da análise da complexidade da região, com a centralidade da questão palestina que, enquanto não tenhamos atingido o pleno reconhecimento dos direitos legítimos do povo palestino, continuará a ser uma área de não-direitos, de abusos e de legitimações da violência.
Discussão em plenária do CI:
A sessão plenária do CI realizou um debate envolvendo membros das revoluções da Tunísia e Egito, assim como das lutas atuais em outros países da região do Maghreb/Mashrek. Eles fizeram breves relatos da situação em seus países.
As revoltas na Tunísia começaram como uma revolução da juventude – isolada e sozinha – e em seguida os sindicalistas se juntaram a eles. Agora o ditador caiu, mas ainda há reflexos da ditadura na sociedade e a presença de agências de inteligência internacionais tornam as coisas mais difíceis, já que eles não querem que a revolução seja bem sucedida. O fascismo é forte e bem financiado (com dinheiro do Golfo e dos EUA) e o risco que ele retorne é alto. Islâmicos conservadores são contra a revolução e a democracia.
O Egito teve diversos ditadores opressores que tentaram melhorar o Egito economicamente, se aproximando dos EUA e privatizando os serviços públicos. Nos últimos anos trabalhadores começaram a pressionar políticos para conseguir emprego e melhores condições de vida. As revoltas na Tunísia inspiraram o povo egípcio a fazer mesmo, e a revolução começou dia 25 de janeiro quando a polícia começou a se voltar contra o regime. As pessoas tinham três demandas: mudança, liberdade e justiça social. Os militares ainda estão no poder e eles estão tentando passar pequenas reformas, ao invés de uma revolução completa, enquanto a Irmandade Muçulmana não possuem agenda social. Um caminho para a mudança foi aberto desde que a revolução começou, está cheio de obstáculos, mas ainda está aberto.
Na Argélia houve uma revolta em 1988, já que antes desta data o regime era unipartidário. As pessoas foram parar nas ruas, e agora o país está em “democracia” – embora haja partidos políticos e representantes eleitos, nada mudou. Depois da Tunísia, as pessoas começaram a se revoltar, e como os democratas e a democracia na Argélia separaram-se do povo nas ruas, nenhum representante eleito se dirigiu aos jovens. Infelizmente a revolta parece se dirigir para o lado dos Islâmicos conservadores.
A revolução curda continua em silêncio. Há manifestações de um milhão de pessoas, mas não é visível internacionalmente. A Turquia sempre se apresentou como um modelo de Islã, mas desempenha o papel do verdadeiro aliado dos Estados Unidos na região. O CI deveria ver a revolução curda e mostrar apoio.
Há revoltas também ocorrendo na África, na Suazilândia, por exemplo, onde as lutas contra a desigualdade são fortes.
Essas revoluções são específicas. Não se trata de ideologia, mas de demandas sociais em relação ao emprego, igualdade social liberdade de expressão e pluralismo cultural. É um movimento social que se parece muito com o que o FSM começou a discutir desde sua primeira edição. O grande desafio é construir Estados civis nestes países.
Os eventos no Maghreb-Mashrek apoiam fortemente a luta Palestina.
Há uma força antirrevolucionária muito forte sendo organizada pelos militares, os conservadores, especialmente o Islã político. Uma nova geopolítica está sendo preparada para a região pelo G20/G8; a intervenção na Líbia; os EUA ainda têm interesse na venda de armas e na compra de petróleo da região; a União Europeia dará apoio econômico às novas democracias baseado na subordinação aos ALCs, enquanto fortalecem suas políticas de controle de fronteiras (Frontex); Israel é contrário à democracia na região.
Por isso, o CI do FSM deveria aprofundar suas discussões sobre a região e suas estratégias em relação a ela. As políticas globais foram cruéis com a região por muito tempo; por exemplo, no Iraque, onde a economia global foi imposta por meio de uma guerra e remoção de liberdade. Para pôr um fim a esse modelo nós devemos trabalhar nos países do Norte também, e não somente nesta região. Os movimentos sociais devem trabalhar conjuntamente. O FSM deve apoiar e aprender com esses movimentos, com suas novas formas de fazer política.
– nós devemos considerar que não podemos reduzir o Islamismo ao conservadorismo. Há muitos apoiadores das revoltas entre os Islâmicos. Assim como há organizações cristãs no CI, nós devemos dialogar com as organizações muçulmanas. É perigoso igualar todo o Islã com o fundamentalismo, e há espaço para o Islã nas lutas contra o neoliberalismo.
– nós devemos levar em consideração que as mulheres são atores fundamentais, para pensar em que tipo de sociedade queremos construir.
– temos uma tarefa maior: fazer a conexão entre a oposição ao regime com a luta contra o capitalismo, o neoliberalismo e o imperialismo – e essa conexão não é fácil de ser feita. Essas revoltas são revoltas espontâneas contra os partidos políticos comprometidos. Nosso maior desafio é como uni-los à luta maior contra o neoliberalismo e o capitalismo.
– proposta para a próxima edição do Fórum Social Africano de ser realizado na Tunísia. Isso também possibilitaria ao CI a chance de realizar o FSM na região.
– movimentos italianos querem realizar um evento para problematizar como podemos discutir o espaço comum da UE e do Maghreb-Mashrek.
– apoiar os povos indígenas na região.
– trabalhar nesta região é essencial para o CI e o processo do FSM. A região do Maghreb-Mashrek deve ser prioridade para o FSM nos próximos anos (2012-2013).
3) Relatório da Avaliação de Dacar
Durante a reunião do CI em Dacar, após o evento global em Fevereiro, a um Grupo de Trabalho foi confiada a tarefa de elaborar uma metodologia para a avaliação do processo e evento do FSM 2011. O Grupo de Trabalho foi facilitado por Gina Vargas e recebeu a contribuição de diversos membros das Comissões de Metodologia e Comunicação, outros membros do CI e voluntários ligados às organizações membros do CI. A coordenação deste amplo grupo (por volta uma dezena de pessoas de diversos continentes), a agenda atribulada de seus membros envolvidos com seus trabalhos diários e à organização da reunião do CI realizada em Paris, além de algumas complexidades metodológicas relacionadas à avaliação de um processo tão diverso e amplo como o FSM, fizeram com que, após diversos meses de atividades, o GT entregasse menos do que a expectativa inicial.
No espírito da metodologia do FSM e do trabalho prévio acumulado da Comissão de Metodologia do CI, o grupo esforçou-se em equilibrar resultados concretos com processos participativos e abertos. Um questionário foi desenvolvido para que combinasse questões abertas e estruturadas. Uma carta foi enviada a todos os membros do CI para que compartilhassem com o GT suas avaliações e de suas organizações e redes, além de todas as entidades participantes do FSM 2011, em Dacar. A carta, que acompanhara o questionário, foi explícita sobre não considerar o questionário uma ferramenta inibidora para facilitar uma operacionalização mecânica dos resultados e que poderia ser desconsiderada caso seu papel conducente não estivesse sendo percebido como útil. Aqueles que responderam foram encorajados a se sentirem livres na formulação de suas avaliações da maneira como achassem que fosse mais consistente com seus sentimentos e pensamentos.
O curto tempo de coleta das respostas e das cartas de avaliações abertas gerou um documento de avaliação com menor densidade do que gostaria o GT. Incluía 25 respostas e 20 documentos previamente produzidos, independentemente, dessa avaliação a partir do final do evento em Dacar. No entanto, no espírito de uma avaliação compreendida como processo, coerente com os valores e metodologia do FSM, o relatório para a plenária do CI, indicado como tal, deveria ser considerado como preliminar e, mais importante, como uma tentativa de facilitar um processo mais amplo de avaliação para ocorrer como um espaço coletivo da melhor forma possível.
Após a apresentação que enfatizou tanto as considerações metodológicas e as reflexões iniciais sobre o conteúdo dos documentos considerados, um exercício coletivo foi conduzido por todos os membros do CI na reunião de Paris. Aos participantes, lhes foi requisitado a se juntar em grupos divididos por idioma, para maximizar o engajamento de todos de acordo com uma metodologia desenvolvida por ativistas feministas nos Encontros, em uma discussão face a face e troca de perspectivas. Os grupos divididos por idioma foram os seguintes: Francês, Português e Espanhol conjuntamente, Árabe e Inglês (ver Anexo 3 para os relatórios de cada grupo). Depois do trabalho em grupo, que durou por volta de 45 minutos, cada grupo apresentou seu trabalho, seguido pela sessão de plenária (ver abaixo para o conteúdo da avaliação participativa). Essas reflexões ampliaram os documentos coletados anteriormente e contribuíram para expandir fortemente a profundidade e amplitude da avaliação do evento e do processo de Dacar 2011. Todavia esse processo não está finalizado. O Grupo de Trabalho continuará a coletar material, circulará um novo questionário a todos os participantes registrados no Fórum de Dacar e facilitará a coleção e análise de novos documentos. Seu mandato é o de contribuir para providenciar um espaço aberto para conversa, análise e reflexão sobre os desafios do processo FSM e suas possíveis respostas a esses desafios.
1. As reflexões
1. As debilidades e aspectos problemáticos
Não se deve minimizar ou subvalorizar os problemas organizativos ou vê-los como intransponíveis. São problemas políticos e temos que vê-los nesta perspectiva, porque isso está relacionado com a credibilidade do processo e com a tensão entre velhas-novas formas organizativas.
No âmbito organizativo, algumas das opiniões foram drásticas:
o Um Fórum caótico, catastrófico.
o Falta de informação, cancelamento de atividades por falta de espaço real.
o Tensão com a universidade evitou relação de intercâmbio com estudantes.
o Falta de transparência.
o Práticas burocráticas.
o Esforço desperdiçado dos voluntários, não sabiam o que fazer nem como orientar
o Falta de tradução. Muitos pagaram pela tradução e não tiveram. Ainda não recuperaram seu dinheiro.
o O caos no Dia Africano, restaram poucas possibilidades de conexão.
o A força de convergência entre redes/movimentos/temas, que é também a força do Fórum, foi reduzida a algo fortuito ou casual.
o Falta de espaços culturais e artísticos.
o Dacar prejudicou a credibilidade do Fórum.
* Tensões adicionais
o Presença de Evo Morales na inauguração do Fórum, sem consulta ao CI, e sem considerar a Carta de Princípios.
o Relação muito politicamente correta com o presidente senegalês.
o Presença da Petrobras na Casa Brasil.
o Conflito com e agressão aos saharauis por alguns grupos do Oriente Médio durante o Fórum. Não há mecanismos para prevenir estes casos.
* O mais grave não foi o logístico; este foi o problema mais visível, mas que revela outros problemas:
o Politicamente, o risco de privatizar o Fórum, centralizando-o em um pequeno grupo que toma as decisões: nem o Grupo de Enlace nem o Conselho Internacional conseguiram interagir com a coordenação local do evento. As comissões tiveram incidência limitada. As reuniões com o CI foram mais informativas, sem documentos claros.
o Isolamento político e organizativo do Comitê Social Africano em relação ao CI.
o Expressão das limitações do CI, em composição, metodologia, favorecendo tendências corporativas, debates não resolvidos, consensos frágeis.
2. O positivo
1) Visão/percepção sobre o Fórum
o É o principal espaço de mobilização mundial dos movimentos sociais.
o Tem um papel relevante como ator mundial, capaz de provocar mudanças e criar opiniões alternativas.
o É uma ferramenta poderosa.
o É um processo em permanente atualização; tem se disponibilizar a buscar novas soluções e uma maior relação com as lutas antissistema.
o O FSM já é um bem comum da humanidade e como tal deve ser preservado.
2) FSM Dakar
o Desorganizado, mas mágico.
o A capacidade coletiva de improvisar, de se auto organizar dos participantes salvou o Fórum.
o Poder de mobilização do Fórum: as caravanas foram uma dimensão inclusiva e de conexão de movimentos, embora muitas coisas devem ser melhoradas.
o A marcha de Abertura, multitudinária, festiva, política.
o Dacar Estendida, como processo importante, mas poderia ser mais bem desenvolvida. Suas atividades não estiveram no programa e não foram visíveis no boletim.
o Assembleias foram consideradas um êxito para multiplicar conexões e solidariedades e convergências. Mas é necessário repensar o formato que parece muito tradicional.
o Inclusão de pessoas com habilidades especiais.
o Novos temas: África, a colonização, a descolonização, a diáspora, a migração (ato simbólico na Ilha de Gorée foi muito significativo), xenofobia, direitos ambientais, direito à cidade, grilagem de terras, soberania alimentar.
o As revoluções de África do Norte: Apresentam um padrão de mudança totalmente novo, antecipado pelo FSM: protagonismo das sociedades civis e seus novos atores; movimentos sociais, importância das redes sociais, evidenciando limitações e obsolescência dos atores políticos convencionais; papel central das novas agendas democratizadoras da sociedade; dialética entre o global e o local.
3. Recomendações
o O que está em questão, como assunto estratégico, é o processo de tomada de decisões.
o Assim como o CI decide o local, tem responsabilidade de garantir um nível de qualidade na preparação e realização do Fórum.
o Os eventos não são de um país, ou região, ainda que seja fundamental que expressem suas características. Mas é importante ter claro que são patrimônio do Fórum.
o Fazer um apelo à auto-organização, disciplinada e responsável e à iniciativa dos participantes
o Ter espaço de “intercâmbio” com participação dos organizadores de eventos prévios, para que transmitam suas experiências e alimentem uma reflexão mais coletiva e ver formas concretas de cooperação.
o Necessidade de um protocolo do CI de como atuar em situações de emergência ou perda de controle da Comissão Organizadora.
Para os Grupos de Trabalho divididos por Língua, ver o Anexo 3.
4) Recursos do FSM / Relatório da Comissão de Recursos
4.1) Relatório Preliminar do Evento do FSM 2011 em Dacar
(Contas estão sendo auditadas; relatório final estará disponível até o final de Julho)
Resultados do processo financeiro de Dacar 2011 estão atualmente sendo auditados. O relatório deve ficar pronto em julho. Uma comissão de recursos foi organizada localmente para buscar fundos, garantir a coerência nos gastos, propor soluções e autorizar pagamentos. Isso foi feito conjuntamente pela CONGAD e pela ENDA. Uma conta na Itália foi aberta para receber fundos do sistema de inscrição.
A Novib financiou 40% do orçamento, e o resto dos recursos vieram principalmente da Action Aid, Ministério Marroquino de Assuntos Estrangeiros e das taxas de inscrição. A Coopération Française, o Governo da Venezuela, o Governo da Catalunha e a EED foram contatados, mas não cooperaram.
O orçamento foi revisto muitas vezes, dos €4 milhões da primeira proposta aos €1,436 milhões levantados. Dos quais €614. 000 (43%) em despesas locais e €821. 000 (57%) em despesas Africanas e internacionais.
-10% dedicados à mobilização africana e internacional.
-13% dedicados à mobilização.
-18% dedicados ao Fundo de Solidariedade.
-14% dedicados à tradução.
– Déficit real de €50 000. Como lidar com ele?
4.2) Relatório da atual situação financeira do processo FSM
– incluir relato do Nicolas
Enquanto o FSM Dacar tem um déficit de por volta de € 50.000, a questão dos recursos se torna problemática. O Fundo de Solidariedade é muito baixo. Uma carta de urgência será enviada a membros do CI para pedir ajuda excepcional. Nós devemos igualmente trabalhar em uma reforma do Fundo, que deveria ser baseado em um tipo de contribuição anual pelos membros, ao invés de uma contribuição única pelo organizador do CI.
5) Futuro do Fórum e local do FSM em 2013 / Relatório da Comissão de Expansão
Baseado nas discussões do CI da Comissão de Expansão, um subgrupo da Comissão de Expansão foi designado para acompanhar as propostas para a realização de um FSM em 2013.
Dando continuidade às discussões no CI de Dacar, a ideia de realizar um FSM global no Norte deve ser considerada. Baseado na visão de que isso promoveria solidariedade aos movimentos do Norte e do Sul, além de dar força aos processos do FSM no Norte, os quais, especialmente na Europa, se enfraqueceram nos últimos anos. A decisão de realizar um Fórum futuro no Norte deveria considerar questões cruciais de logística relacionadas à disponibilidade de condições que permitiriam a participação de pessoas de todas as regiões e países do mundo, especialmente devido à questão dos vistos e dos controles de fronteira.
Houve três propostas: Montreal, Galícia, Portugal e Croácia – mas apenas as duas primeiras possuíam possibilidades concretas e detalhadas. Então, as últimas não foram consideradas. Os representantes tanto de Montreal quanto da Galícia fizeram apresentações rápidas sobre suas propostas de organizar um evento global. A discussão esteve centrada principalmente na importância, desafio e dificuldade de se realizar um Fórum no Norte. Foi levantada e discutida a proposta de realizar na região do Maghreb/Mashrek.
Os representantes de Montreal e Galícia concordaram que a prioridade deveria ser dada para a organização de um FSM, em 2013, na região do Maghreb/Mashrek, embora os processos em Montreal e na Galícia não devam ser perdidos; o CI tem responsabilidade de fazer com que esses processos recebam apoio.
Dada a situação política ainda volátil na região do Maghreb/Mashrek, não é possível tomar a decisão final. Os representantes da região relataram que, enquanto as discussões foram iniciadas, nenhuma decisão final sobre o local foi tomada. Embora diversos locais estejam sendo discutidos, os dois mais proeminentes são Túnis e Cairo. O CI deve constituir um grupo para 2013 que se envolva no processo de acompanhar o comitê organizador local.
O FSM deve apoiar as mudanças nesta região, que começaram, mas ainda não foram completadas. Levar o Fórum a essa região seria muito importante para o processo para seu revigoramento, dos movimentos sociais e dos ativistas de lá – e eles devem ser incluídos no processo. Como as mulheres na região são tradicionalmente excluídas das principais decisões políticas, levar organizações feministas de outros lugares para dialogar com elas seria extremamente enriquecedor e importante.
Se o FSM for organizado no Maghreb/Mashrek, o CI deveria trabalhar um plano de atividades rumo ao FSM de 2013. Deve incluir eventos em Montreal e na Galícia, em 2012. Representantes da Galícia ofereceram-se para reorganizar um fórum temático sobre a metodologia do FSM, no ano que vem. Enquanto que os de Montreal deveriam retornar e fazer uma consulta local sobre a possibilidade de organizar um fórum também temático, em 2012. Há planos de realizar um Fórum Social do Maghreb, em 2012, na Tunísia, e um para apoiar a Palestina, no Egito. O CI deve estar presente para dar continuidade no processo de aprendizagem de um evento a outro, além de criar uma grande mobilização, uma caravana contínua de mais de dois anos.
O Leste Europeu foi uma região esquecida dentro do processo do FSM, mas está atualmente em um processo efervescente – social e econômico. Houve um grande apoio para realizar um fórum temático ou regional lá. A necessidade de incluir a Croácia e os Bálcãs nas dinâmicas Europeias e Mediterrânea foi apontada.
– O CI não tomou a decisão final sobre o local do próximo FSM nesta reunião.
– O CI decidiu que um processo deve ser iniciado a fim de priorizar a possibilidade de organizar o próximo FSM, em 2013, na região do Maghreb/Mashrek.
– A próxima reunião do CI deverá tomar a decisão final sobre o local do Fórum. Se as condições forem favoráveis para que aconteça na região do Maghreb/Mashrek, esta opção será baseada nas discussões e no consenso entre os processos FSM na região.
– O CI deve iniciar um processo rumo ao FSM 2013, e ele deve incluir eventos globais (possíveis fóruns temáticos) a serem organizados em Montreal e na Galícia. O processo de 2011/2012 também deve integrar a mobilização em torno da reunião do G20 e das mobilizações em torno da Reunião de Mudança Climática Rio + 20, em 2012.
6) Comissões
6.1) Comissão de Metodologia
Plano de Trabalho
1. Avaliação
Equipe: Gina, Giuseppe, Hernán
1. Preparar, baseado no que foi feito até agora e o que estiver faltando, uma proposta mais completa de avaliação e que considere o longo prazo.
2. ComCom será responsável para enviar o questionário de avaliação aos participantes do FSM Dacar.
Prazo: primeira semana de Julho
2. Recuperando a Memória do FSM
Equipe: Chico, Moema, Norma, Celina
1. Preparar uma proposta sobre o processo de recuperar e registrar a memória do FSM – uma que inclua:
1. a proposta do Centro de Documentação dos Movimentos Sociais, em Amsterdã.
2. a proposta de Porto Alegre
3. a proposta da CEAAL de pesquisar os desenvolvimentos políticos e conceituais do FSM.
4. Janio enviará uma proposta de recuperar a memória de curto prazo.
Prazo: essa proposta irá circular na Comissão um mês antes da Reunião do CI em Novembro de 2011.
3. Guia de Princípios
Equipe: Liège, Damian, Pierre
Esse documento, aprovado na Reunião do CI de Copenhague, que guia a organização dos eventos do FSM, não foi levado adiante pelo CI. Baseado na proposta de uma “check list” feita pelo Escritório, um documento será preparado para considerar como estes princípios são – ou não são – respeitados.
Prazo: fim de agosto.
4. Relações Inter Comissões
– ComCom: Estamos trabalhando na avaliação e no Guia de Princípios. Nós veremos maneiras de postar no site com propostas da comissão de metodologia.
– Comissão de Expansão: Analisaremos sua proposta de discutiremos formas de coordenar esforços no processo de conexão entre fóruns/eventos/processos a partir de agora até 2013.
Hernán enviará uma primeira reflexão sobre como contribuir, a partir da Comissão de Metodologia, para o processo de conexão entre todas as diferentes iniciativas.
5. Equipe Facilitadora
Cecilia, Hernan, Celina, Pierre
6.2) Comissão de Estratégia
Reunião Comissão de Estratégia – 27 de maio de 2011 – Paris
Agenda
1 – Grupo de Trabalho sobre as temáticas dos fóruns sociais, assim como Rio +20, G20
2 – Acompanhamento do processo e eventos associados: quais são as grandes prioridades? A primeira seria Maghreb-Mashrek. Por isso, formar um grupo de trabalho para compreender os desdobramentos da proposta.
3 – Acompanhamento do processo com os eventos associados.
4 – Em que medida o FSM contribui com as lutas e os movimentos?
5 – Reflexões sobre as Inter Comissões
1. Grupo de Trabalho sobre as temáticas dos fóruns sociais, assim como Rio +20, G20
O GT foi criado; interessados em integrar esse trabalho devem entrar em contato com Francine Mestrum.
2. Acompanhamento do processo e eventos associados: quais são as grandes prioridades? A primeira seria o Maghreb-Mashrek
Precisamos rever o que a Comissão de Estratégia irá fazer. Por várias vezes foi dito, no CI, que o formato das reuniões do CI não permitem discussões políticas mais profundas. Fala-se mais dos próximos encontros etc.
Por exemplo, neste encontro, falou-se muitas vezes do Curdistão. Mas quem realmente compreende o que acontece lá? Outro exemplo: diversas discussões sobre o Maghreb-Mashrek. Mas não parece claro que todos os membros do CI compreendam o que está acontecendo nesta região.
É problemático ter estas discussões sem uma base comum de conhecimento.
A idéia da Comissão Estratégia seria de falar sobre o que está acontecendo no mundo e nos vários processos. Deve, portanto, preparar relatórios curtos para um entendimento comum da situação. Uma reflexão e uma produção sobre o contexto e os desafios políticos globais, colocando-os em sinergia com o processo do FSM, deveria ocorrer antes das reuniões do CI.
Acordo geral sobre como o procedimento a implementar:
1.
A Comissão de Estratégia decide os pontos a serem tratados na próxima reunião do CI, lembrando-se de entrar em contato com o Grupo de Enlace, que é responsável pela preparação da agenda do CI.
2.
Uma ou duas pessoas tomam a responsabilidade de definir algumas perguntas específicas sobre o contexto e os desafios do tema escolhido. É preciso um número limitado de questões que provoquem reações. Este não é um documento que estabelece uma posição. Trata-se de uma contribuição sobre o contexto e questões que nos permitirão melhorar a qualidade do debate no CI, além de avançar os temas do processo do FSM.
3.
Circular as questões, na Comissão de Estratégia, para alterações e validação.
4.
Circulação e pedido dirigido aos membros do CI para contibuições concisas.
5.
As pessoas “responsáveis” realizam uma síntese das contribuições.
6.
Circulação na comissão de estratégia para eventuais alterações.
7.
Circulação da síntese no Grupo de Enlace (GE) para que este a envie aos membros do CI e, eventualmente, a postem no site.
8.
O GE garante, igualmente, que as sínteses sejam distribuídas em papel para os membros do CI no primeiro dia da reunião.
9.
Apresentação da síntese durante o CI.
Os três temas selecionados durante esse encontro da Comissão de Estratégia são:
1. Região Maghreb-Mashrek (responsável: Vinod)
2. A segunda conferência sobre o racismo e as discriminações em Durban (responsáveis: Olivier Bonfond e Mireille Mendes France)
3. Rio+20 e G20 – responsáveis: ?
As três perguntas iniciais devem ser enviadas dentro de um mês (30 de junho) para a Comissão e o prazo de resposta deste grupo é até o dia 15 julho. No dia 1o de agosto as perguntas são enviadas ao CI, que deverá respondê-las até o dia 15 de setembro. Desta data a 15 outubro, a síntese será realizada pelos responsáveis (2 ou 3), e enviada à Comissão, que responde até o dia 1o de Novembro. No dia 7 de novembro, será enviada ao CI em todas as línguas. Se as pessoas não responderem significará que estão de acordo.
A ver: a Comissão de Estratégia pode solicitar às pessoas da Mesopotâmia para fazerem uma contribuição na reunião inter comissões em setembro.
Outra questão que não podemos perder de vista: a dimensão Norte / Sul. Este é um debate importante, uma vez aceita a possibilidade de se realizar um FSM no Norte.
3. Acompanhamento do processo com os eventos associados
Devemos identificar os eventos já conhecidos. Gus Massiah, em colaboração com o escritório, irão realizar um trabalho de identificação dos eventos planejados até 2013. Para cada evento, vamos perguntar como eles se posicionam em relação ao processo: adotam a Carta de Princípios metodológicos ou não? O que cria duas categorias: eventos que fazem parte do processo e aqueles que são associados ao processo.
Em seguida, encontrar uma pessoa envolvida neste evento e lhe enviar o questionário (que já existe) de descrição do mesmo. Se o CI decide por uma orientação anual, colocamos-lhe também a questão da relação entre o evento e a estratégia para o ano. A parte mais difícil é identificar pessoas que estejam dispostas a colaborar e se associar à Comissão.
Embora espera-se que as respostas sejam curtas, há o desafio da tradução. As etapas podem ser diferentes para coleta de dados (oral, escrita …). Deve-se utilizar os recursos da Comissão para realizar a tradução em 3 idiomas.
4. Em que medida o FSM contribui com as lutas e com os movimentos?
Proposta: que formemos um grupo de trabalho para aborda a questão: o processo do FSM tem trazido aportes aos movimentos sociais e às lutas?
Será preciso que alguém faça um primeiro esboço (sobre a maneira de encaminhar o assunto) a ser discutido na Comissão. Esse ponto será trabalhado por Gus e Christophe Aguiton.
Falamos da Espanha, Burkina Faso, o que está acontecendo na Guiné (que foi esquecido, coberto pelo Maghreb-Mashrek) …
Se alguém considera que não se discuta alguma questão fundamental, que escreva um artigo e o circule. Trata-se de alertas, documentos de informação e não de análise.
Florent vai escrever um pequeno texto sobre o Curdistão; John Patrick, sobre a África.
5. Reflexões sobre as Inter Comissões
Que as pessoas da nossa Comissão decidam estabelecer laços com pessoas de outras, especialmente Metodologia, Expansão e Comunicação.
Conexão com a Expansão: Hector de la Cueva.
Conexão com a Comunicação: Gus vai encontrar alguém e assume neste ínterim.
Conexão com a Metodologia: Geneviève Azzam.
6.3) Comissão de Comunicação
Seminário da Com Com – Pré Encontro do CI
Em 24 de maio, véspera do Encontro do CI, um seminário de dia inteiro foi realizado entre membros ativos da Comissão de Comunicação, dedicado principalmente a identificar temas a serem debatidos e visando a melhor compreensão do papel da Comissão, suas tarefas e como pode estimular ações de comunicação no processo FSM.
Houve acordo sobre uma metodologia para identificar esses pontos, de forma a convidar todos os participantes interessados na Com Com (membros do CI e Observadores) a contribuir: Comentar pontualmente o esboço de Plano de Trabalho, por meio de um formulário comum e, dessa forma, propor questões a serem discutidas com base no conjunto dos comentários escritos em cada item (Veja: http:// openfsm.net/projects/communication-commission/comcom-meeting-preparation-sheets)
A presença de uma representante da rede Babels foi um ponto positivo, colocando a questão da linguagem e das traduções para além da sua dimensão técnica, buscando estimular uma iniciativa/projeto permanente de facilitação às “linguagens” no FSM, ligada à Comissão de Comunicação.
De modo similar, as questões artísticas e culturais e as dimensões dialógicas da comunicação no processo FSM foram apresentadas e poderiam constituir mais uma iniciativa de facilitação (ou projeto compartilhado).
Avaliação de Dacar
9 relatos foram feitos logo depois de Dacar pelos projetos/iniciativas incluídos no Plano de Trabalho ou grupos do Comitê Local: http://openfsm.net/projects/communication-commission/comcom-meeting-wsf11-evaluation-and- recomendations
Uma síntese está sendo feita (para contribuir com aprendizados e propostas para o futuro); ao mesmo tempo em que participantes da Com Com são convidados a contribuir ativamente com o grupo de avaliação do FSM Dacar 2011: http://openfsm.net/projects/ic-methodology/wsf11-evaluation enviando recomendações: http://openfsm.net/projects/ic-methodology/wsf11-evaluation-question5-narrative-only
Encontros e Inter Comissões
Membros da Comissão de Comunicação, presentes em Paris, tinham a expectativa de se encontrar com outras comissões para discutir o trabalho comum, mas coletivamente sentiram que o assunto não teve a devida atenção pelo Grupo de Enlace (GE) quando propuseram a agenda do CI.
Na verdade, a sessão de Inter Comissões foi “empurrada” na agenda para o final da tarde de 26 de maio, quando outras reuniões foram chamadas pelos membros do CI e, portanto, não foi realizada. Na tarde de 27, quem ainda estava presente participou da reunião de metodologia e juntou-se a um dos novos grupos de trabalho que lá surgiram (http://openfsm.net/projects/ic-methodology/project-home). Como resultado, foi definido trabalho conjunto em 4 áreas:
– Memória (Viva) do FSM.
- Inter Comunicação entre os eventos 2011-2012.
- Revisão do documento de Guia de Princípios (de eventos do FSM).
– Avaliação ampliada aos participantes registrados.
Alguns poucos membros da Com Com também estiveram envolvidos no Grupo de Trabalho sobre os Eixos Temáticos da Comissão de Estratégia. Entretanto, a reunião do dia 27 não foi um encontro entre as comissões, com plena participação de representantes de cada comissão e uma oportunidade de discussão uma ampla gama de questões.
Apoio ao Mundo Árabe
No escopo dos projetos compartilhados/iniciativas de facilitação existentes na Com Com, alguma cooperação foi desenvolvida em 2010 e 2011, especialmente por meio das dinâmicas do Fórum Mundial de Educação na Palestina e do processo Maghreb Mashrek (mídia, extensão, interpretação, etc.). Contatos e inclusão de novos membros e participantes do Mundo Árabe e Oriente Médio em geral (incluindo Tunísia, Egito, Turquia, Curdistão, Iraque) foram feitos no encontro de 25 de maio. A intenção era de continuar desenvolvendo essas conexões e maior participação de atores do mundo árabe na Comissão de Comunicação. Uma primeira proposta surgida deste encontro é a de incluir o Árabe como a quinta língua na comunicação oficial do FSM (boletins e websites).
O Calendário FSM 2011-2013
Como novos eventos e iniciativas do processo FSM foram anunciados para os próximos 2 anos, dadas as dificuldades experimentadas em 2010 na tentativa de conexão com os comitês organizadores, uma renovada intenção de trabalho em contatos diretos e com tempo suficiente foi compartilhada no encontro da Comissão. A prioridade será a conexão com as redes sociais da juventude, em particular com a experiência das revoluções árabes mediterrâneas. Além disso, como os eventos da Rio+20, em 2012, são um marco importante por muitas das organizações participantes do processo WSF, atenção especial será dada à sua preparação. Entre as muitas iniciativas, algumas foram propostas: nascida da Assembleia de Convergência sobre Comunicação no FSM 2011, em Dacar, alguns eventos sobre mídias livres e direito à comunicação estão programados em torno da agenda Rio +20; a Comissão de Comunicação poderá ajudar a difundir os resultados na medida em que eles são parte do processo do FSM e do trabalho de suas organizações membros.
IPS produzirá a publicação Terraviva durante a Conferencia da Rio+20. Terraviva foi criada durante a Conferência Eco 92 e a comissão entende a publicação como uma ferramenta útil para a comunicação e vê favoravelmente sua presença no Rio.
A Comissão também discutiu a importância e a necessidade de consolidar e fortalecer o projeto Fórum Social Estendido, considerado necessário para avançar nas práticas de facilitar a participação e intercâmbio remotos entre os eventos do WSF em regiões distantes entre si.
Relato da Com Com durante o CI
Dado que a agenda deste Encontro do CI teve foco nas questões da expansão e estratégia (mundo árabe e 2013), e devido ao pouco tempo dedicado aos encontros das comissões, da Comissão de Comunicação não apresentou um novo plano de trabalho à plenária do CI. A estratégia de comunicação, iniciativas de facilitação e plano de trabalho para o resto de 2011 e até 2013 serão discutidos nos próximos meses, com um primeiro deadline em 15 de junho para os aspectos a serem consensuados e depois sistematizados.
No entanto, a Comissão reafirmou as duas dimensões em que atua. Uma é a dimensão política: a importância fundamental da comunicação para tornar possíveis a participação, mobilização, convergências e intercâmbios. Por contribuir para a participação de jornalistas, mídias independentes e redes sociais ativistas, assim como para os aspectos culturais, artísticos e linguísticos, há um entendimento de que a comunicaçao é uma área estratégica para o FSM e os movimentos, e um direito a ser fortemente defendido em sua agenda e espaços. A outra dimensão é operacional, por meio de iniciativas facilitadoras nas quais a Comissão contribui para promover plataformas compartilhadas e websites colaborativos do FSM e oferece um modus operandi aos organizadores de eventos, estimulando coberturas conjuntas de rádios, vídeos e outras mídias, baseadas no conceito de comunicação compartilhada.
Finalmente, a Comissão confirmou sua intenção de trabalhar de modo mais integrado com as demais comissões do Conselho Internacional.
CI Extendido
No esforço de incluir mais pessoas e, em particular, membros do CI que não puderam viajar, a iniciativa Sfex (Social Forum Extended, na sigla em inglês) e o Fórum Social local de Ivry mantiveram um stream de vídeo ativo durante o seminário da Com Com e o Encontro do CI em Paris, com uma sala de chat aberta a interessados naqueles dias. Vídeos e algumas transcrições estão no link: http://openfsm.net/projects/ic-extended/project-home] .
Este modo de cobertura será proposto para os próximos Encontros do CI, com equipamentos mais profissionais e maiores possibilidades interativas.
7) Novos membros
A Plenário do CI aprovou as duas inscrições recomendadas pela Comissão de Expansão:
a) No Vox International – com base na França e uma rede em 17 países na Ásia, África e Europa.
b) Flare: com base na Itália com redes em partes diferentes da Europa, incluindo o Leste Europeu.
8) Próxima Reunião do CI
Duas propostas foram recebidas pela Comissão de Expansão para a organização da próxima reunião do CI:
a) Curdistão (Turquia), antes do 2o Fórum Social da Mesopotâmia (20-25 setembro)
b) Dhaka (Bangladesh), depois do Fórum do Sul da Ásia (19-21 novembro)
Dado que as eleições no Egito e Tunísia estão marcadas para outubro, a Comissão levou em consideração a necessidade de tempo até novembro para a região Maghreb/Mashrek decidir a localidade do FSM 2013. A Comissão recomendou que a próxima Reunião do CI seja em Dakha, Bangladesh, em novembro.
A Comissão também discutiu que há uma necessidade de organizar uma reunião inter comissões para formular um plano conjunto para o processo FSM até 2013 e também desenvolver uma proposta de financiamento detalhada. Essa reunião não pode esperar até novembro, especialmente levando em consideração a situação financeira precária do FSM. A Comissão decidiu que uma reunião inter comissão será organizada em setembro, usando a oportunidade do Fórum Social da Mesopotâmia no Curdistão (Turquia).
A Comissão considerou que o processo do Fórum Social da Mesopotâmia irá beneficiar-se da presença de membros do CI e, por isso, sugeriu ao mesmo que sua reunião aconteça na região primeira metade de 2012.
Decisões:
– A próxima reunião do CI será organizada em Dhaka, Bangladesh, em conjunto com Fórum Social do Sul da Ásia, também em Dhaka entre 19 e 21 de novembro. As datas exatas da reunião do CI serão confirmadas.
– Uma reunião inter comissões acontecerá em setembro, em Diyarbakir, Curdistão, para coincidir com a o Fórum Social da Mesopotâmia (20 e 25 de setembro).
– O CI deve considerar a organização de uma reunião do CI na primeira metade de 2012 na região da Mesopotâmia.
Anexo 1 – Participação
MEMBROS DO CI:
ABONG ACTIONAID INTERNATIONAL
Alianza por un mundo responsable, plural y solidario Alianza Social Continental
Alternatives ARCI
Articulación Feminista Marcosur ATTAC France
Babels CADTM
CARITAS France CCFD – Terre Solidaire
CCFD – Terre Solidaire CEAAL
CERIDA/ROAD CERIDA/ROAD
CETRI CIEMEN/Red CONSEU
Ciranda CIVES
Comissão Brasileira Justiça e Paz COSATU
CRID CUT
ENDA FAMES
FDIM FMAS
Focus on the Global South Fondation Frantz Fanon
Forum Mondial des Alternatives Grassroots Global Justice Alliance
HCA Herriak Aske
IBASE IDEA
Institut Panos Afrique de l’Ouest – IPAO Instituto de Estudios de la CTA
International Alliance of Inhabitants IPAM
IPS ISCA
JubileeSouthAsia/Pacific Kurdish Network
May First/People Link NIGD
OJA Peoples Health Movement
Rede Ecosocialista Internacional ROAD
Social Watch Stop the Wall Campaign
Tansform! Transnationals Information Exchange
UBUNTU Via Campesina
VK World March of Women
Anexo 2 – Grupo de Trabalho dos Eixos
Reunião do Grupo sobre a renovação dos eixos temáticos
O GT reuniu-se pela primeira vez e teve uma troca muito interessante e enriquecedora. Muitas questões terão que ser discutidas e resolvidas antes que possamos começar a escrever os novos eixos. Os principais pontos que foram discutidos disseram respeito aos objetivos do FSM, a consideração das experiências do passado e de eventos do futuro, a necessidade de colocar em prática novos paradigmas, levando em consideração diferentes tipos de movimentos em diferentes quadros de tempo, o desejo de tornar o FSM mais útil aos movimentos etc. E talvez a questão mais difícil que deverá ser discutida é a forma como nós podemos promover e encorajar diálogo e convergência entre e dentre os diferentes eixos.
O grupo agora tem um par de questões que podem ser respondidas em aproximadamente um mês, após o qual a primeira síntese pode ser feita e a fase seguinte da discussão, no próximo CI, possa ser preparada.
Anexo 3 – Sessão de Avaliação de Dacar: Grupos de Trabalho por idioma
a) Arabic-speaking group:
1. including Arabic language in WSF communication and main document
2. having a preparatory committee don’t mean that IC have no role in preparing the forum
3. follow up of IC should have mailstones to see that things are working. we can’t start follow up only one month before the forum
4. IN Arabic states of Africa, we need to be prepared to face the a) need for institution to host the event, so we need clean agreement and clear coordination process: B) political persons like presidents and high figures will try to get to the forum and we need to have a solution in advance.
5. thematic work group are good we need more of them and the assembly too.
6. thematic issues of cases like Saharawi, Kurd, other, should be part of any forum. However not to change the face of the WSF to thematic one.
b) Grupo de habla española
3. Encuentro de organizadores de diferentes foros (regionales, globales, temáticos, etc.) celebrados desde 2009, con el objetivo de aprender y comparar metodologías y estrategias de movilización;
4. Más y mejor transparencia y clarificación financiera y de la información;
1. Establecer la figura de un relator financiero.
5. Contacto permanente entre el Consejo Internacional (CI) y el comité organizador local y viceversa. Mejor trabajo colectivo de coordinación y articulación;
6. Reforzar el proceso comunicativo local con la región; mejorar el trabajo de difusión internacional;
7. Dotar al cuestionario de evaluación de más amplitud, así como ser más abierto a la participación de diferentes voces;
8. Mayor coordinación entre los organizadores locales y los traductores, quienes necesitan de unas condiciones específicas para desarrollar su trabajo;
9. Garantizar y definir espacios colectivos de decisión;
10. Involucrar la juventud en los foros, haciendo uso de nuevas tecnologías y acercando la realidad a las dinámicas del FSM;
11. Mejora de la comunicación previa al foro tanto a nivel local como global;
12. Lenguaje cultural—–potenciar nuevas metodologías y pedagogías;
13. Transparencia ética y política;
14. Buscar mecanismos que ayuden a “enlazar” las diferentes temáticas y preocupaciones de los Foros;
15. Establecer una comisión sobre temas “sensibles”——–caso saharauis/marroquíes;
16. Reforzar la metodología de las Asambleas de Convergencia, y no dejarlas para el último día por el impacto que les resta;
17. “Vivencia paradigmática” dentro del territorio donde se realiza el foro;
18. Regular las ventas y las actividades que se realizan en los foros.
c) Reflections from the English-speaking group
Overall lessons, thoughts and recommendations`;
Dakar was a disaster for the individuals that participated, they spent a lot of resources to get there and were lost most of the time. The forum failed for those thousands of individuals. Networks fared much better, because of word of mouth or self-organization. The WSF did not have political cohesion as a whole.
Communication and accountability
– The IC and the local organizing committee should be more mutually transparent, updating the members of what is happening before and during the process.
– We should have called an emergency IC meeting in Dakar- There was a bottle neck of decision making to a few people, leaving an undue burden on the local organizing committee. IC members could have been mobilized to respond to the crises.
– There should be attention to the financial side of the forum. Organizing committee was left on their own on financing.
– We need an improvement on internal communication, between the liaison committee, the commissions and the IC as a whole.
IC
-We need a serious evaluation of IC- an assessment of the IC participation, how the IC functions, expectation of work of IC members, political culture and mechanism of accountability.
– Need a collective discussion of what are the expectations of IC members- we need to construct that together and develop a document that can be available before and after you become a member of IC. An example- is developing a criteria for participation for members who receive Solidarity Fund.
– There is a lot of frustration in the IC- members who no longer come because they see it as a waste of time and resources. It would be good to have a conversation or an anonymous survey on why they don’t participate or what they would change in the IC process.
– We are sitting with a huge problem, we have to go the root of the problem. The IC is fundamentally responsible for success and failure of the WSF. We have to assess how we work, how meetings are conducted, how we treat each other, talk to each other. How do we tackle these issues.
-Proposal: we need to stimulate processes within the commissions and organizers from the forum. And we need to create those vehicles. We need to transfer experiences- permanent facilitation initiatives for the WSF process linked to one or more of the commissions.
Local context.
– The local situation was not sufficiently treated, they had no say. The IC should take the local context as a starting point, to help inform the construction of the forum.
-The WSF bankrupted the World March of Women- when those caravans reached Dakar there was no infrastructure for them. We did not anticipate that extra unexpected expense to help house them.
-The women’s organization in Dakar where left out of the organizing committee
– Recommendation: when deciding on location of future global WSF, we need a clear criteria to host WSF global event. A process of how we came to a decision is clear and informed.
d) Rapport du Groupe de travail Francophone
La réflexion du groupe ont porté sur 3 axes majeurs :
2. les aspects négatifs
3. les aspects positifs
4. les recommandations
A – les aspects négatifs :
1. le déficit de programmation ce qui a engendré l’arrivée tardive du programme qui parfois se retrouvait en grande quantité inutilisée,
2. l’occupation des espaces par les grands réseaux qui du coup phagocytes les petites structures,
3. difficultés des petits réseaux dépourvus de moyens de trouver un espace,
4. le non respect des engagements pris par les organisations membres du conseil international,
5. l’attentisme des membres du conseil international et le manque de responsabilité des membres du conseil international notamment en ce qui concerne le problème de logistique à Dakar où on n’a constaté la non implication de ceux-ci pour la résolution du problème,
6. la démotivation des interprêtres et un déficit de communication ce qui a entraîné un énorme gâchis,
7. l’absence de vigilance lors de la validation des activités et programmation des ateliers de sorte que Danone s’est inscrite alors que c’est une multinationale qui rame à contre courant de la dynamique alter mondialiste,
8. le déficit de coordination des caravanes et insuffisance de moyens,
9. l’absence de connexion entre le camp des jeunes et le grand espace du forum,
10. faible participation de la jeunesse universitaire du Sénégal,
11. faible impact médiatique du forum de Dakar,
12. difficulté du CI à analyser les situations et prendre des décisions idoines,
13. manque de solidarité et absence de responsabilité collective,
14. le problème d’appropriation du CI,
15. inadéquation entre les ressources disponibles et le gigantisme du forum,
16. exclusion des grands groupes moteurs lors du forum de sorte qu’il ya une constitution d’un club des gens du 3ième âge dans le dispositif du forum,
17. le problème de la présentation dans le CI,
18. le forum des riches et non des pauvres,
19. création d’une oligarchie des grandes structures due à l’autogestion à outrance,
20. l’absence de liens entre les évènements et le processus du FSM,
21. prééminence des grosses structures dans les forums thématiques,
22. beaucoup d’organisations se comportent en prestataire de service,
23. difficulté financière.
B- les aspects positifs à consolider :
24. la capacité des grands réseaux à s’auto-organiser et transcender les obstacles,
25. l’intégration entre le comité d’organisation et le groupe babel,
26. la mutualisation des moyens financiers,
27. l’association des interprêtres professionnels,
28. la pratique des caravanes,
29. Dakar étendu,
30. L’assemblée des convergences pour l’action,
31. La forte mobilisation.
C- Recommandation :
32. impliquer les grands réseaux dans la gestion de la logistique de sorte à libérer le comité d’organisation afin qu’il mettent l’accent sur les nouveaux participants,
33. organiser une rencontre du CI 2 à 3 jours avant la tenue du forum qui se consacrera essentiellement sur l’opérationnel,
34. élaborer un canevas et une programmation formel des activités du forum,
35. instaurer une vigilance accrue dans la validation des ateliers,
36. Etre attentif aux difficultés des petites structures,
37. Mettre un accent particulier sur le financement des caravanes et leur coordination,
38. Accroître l’impact médiatique du forum,
39. Créer un mécanisme de travail de sorte à permettre la présence effective des membres du CI ou volontaire 3 mois avant la tenue du forum,
40. Réduire les tensions autour des finances du forum,
41. Prendre en compte des grands évènements par le CI,
42. Utiliser les NTIC dans les rencontres du CI et les étapes préparatoires du forum,
43. Utiliser les langues locales pour faciliter la participation des groupes des pauvres,
44. Instaurer une directive dans l’animation des activités,
45. Avoir des points d’informations lors du forum,
46. Permettre aux petites organisations d’avoir une possibilité de recours,
47. Instaurer une cotisation annuelle des organisations membres du CI en remplacement d’une contribution au fonds de solidarité