Registros do Seminário Nacional de Comunicação e Cultura 2012

Representantes de diferentes movimentos sociais, de organizações não governamentais ligadas aos segmentos artísticos, de comunidades tradicionais, ativistas da comunicação compartilhada e membros do governo federal estiveram reunidos no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 18 de setembro, durante o Seminário Nacional de Indicação de Políticas Públicas para Cultura e Comunicação.

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Com o encontro, o Ministério da Cultura propôs levantar propostas para serem integradas ao Programa Comunica Diversidade, idealizado para pensar estratégias, ações e metas para o Plano Nacional de Cultura, atendendo especificamente a Meta 45.

No decorrer de duas mesas apresentadas no Palácio Gustavo Capanema, fazedore(a)s de cultura , comunicadore(a)s populares e representantes de órgãos públicos ligados à cultura e comunicação apresentaram questões presentes no exercício de atividades que interligam comunicação e cultura, para as quais são de grande importância a aprovação do marco regulatório da comunicação e a definição de estratégias de fomento e democratização da cultura durante a recém iniciada gestão de Martha Suplicy no Ministério da Cultura.

Na mesa da manhã, o destaque foi para as falas do secretário Sergio Mamberti e da representante da EBC, Berenice Mendes. Para ambos, o momento de transição vivido na pasta da cultura é propício à expressão de opinião daqueles que trabalham com cultura e comunicação, enfrentando na prática os entraves causados por indefinições que podem ser ajustadas com a montagem do Plano Nacional de Cultura. A secretaria de cultura e a EBC ressaltaram o interesse em ampliar o protagonismo de agentes representantes da diversidade e daqueles que produzem conteúdo fora da grande mídia. Berenice Mendes frisou a necessidade de reforma do sistema de comunicação, contextualizou o processo vivido, abordando o perfil diferenciado da comunicação pública e a necessidade de capacitação de agentes para seu exercício. Ela colocou a EBC à disposição da Secretaria para colaboração em diferentes ações necessárias para efetivar as reformas no sistema de comunicação brasileiro, destacando ser cada vez maior “a interferência da comunicação no processo cultural”.

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Da plateia vieram questionamentos pontuais sobre os critérios da SECON para concessão de verba para publicidade de sites e portais, denúncias de apreensões de equipamentos e violência contra rádio-amadores. Recebidas como novidade pelo Secretário Mamberti, as questões foram consideradas como algo a ser comunicado à nova gestão do Ministério, junto com as propostas geradas na Oficina, da qual participam os presentes da platéia.
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Denominado “falas inspiradoras”, o momento seguinte foi moderado por Carlos Alberto Almeida (Diretor da Telesur) e teve Roseli Goffman (Secretária Geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação) e Antonio Martins (Editor do site Outras Palavras) como figuras convidadas a abordar os desafios da promoção ao direito à comunicação e os desafios do exercício necessário para expressão da diversidade cultural nas mídias.

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Roseli enfatizou a importância da democratização da comunicação como caminho para fortalecer as ações e estratégias capazes de romper o pensamento único. Antonio Martins fez uma análise do contexto de busca por democratização na comunicação e ressaltou que é urgente adotar ações práticas, sugerindo como uma destas ações a manutenção do programa “a voz do Brasil”, forma de expressão que já trabalha com diversidade de temas e com cobertura de eventos desprezados ou criminalizados pela mídia. Como exemplo, o jornalista usou a Marcha da Margaridas, transmitida pela voz do Brasil, enquanto a grande mídia fez uma abordagem depreciativa do movimento, enfocando aspectos negativos da passagem de uma marcha que sujou as ruas da cidade. Para ele, o espaço já existente pode abrigar conteúdo produzido por rádios comunitárias.

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O Seminário prosseguiu na parte da tarde, com mesa composta por Luiza Erundina (Deputada), José Márcio Barros(professore e membro do Observatório da Diversidade Cultural) e Altamiro Borges (jornalista). Após, a fala foi aberta aos participantes com intuito de tecer ideias que possam ser levadas para a Oficina que será encerrada no dia 19 de setembro, com objetivo de indicar ações a serem intregradas às Políticas Públicas no área de comunicação e cultura.

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