Refugiados palestinos no Brasil ainda enfrentam desafios

Ao chegarem ao País em fins de 2007, 117 refugiados palestinos traziam no semblante alívio e esperança. Após viverem aproximadamente cinco anos no campo de Ruweished, próximo à Jordânia – desde sua saída forçada do Iraque, com a guerra em 2003 – enfrentando calor e frio excessivos, tempestades de areia, sensações de medo e abandono constantes, finalmente uma nação aceitou acolhê-los. Foram os últimos a serem retirados do campo, antes de sua desativação. No Brasil, foram instalados em Mogi das Cruzes, no Interior de São Paulo, e em cidades do Sul do País. Desde o início, o programa de reassentamento sob o comando do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) mostrou-se falho. Segundo relata o Comitê Autônomo de Solidariedade ao Povo Palestino de Mogi das Cruzes, “quando foram resgatados do Campo de Ruweished para serem trazidos ao Brasil, muitas promessas lhes foram feitas, mas não cumpridas”.

Como consequência, ainda conforme esse grupo formado por brasileiros, “desde então, a grande maioria passa por muitas dificuldades, cinco já morreram, alguns não conseguem pagar o aluguel de onde moram e sofrem ameaças de despejo, e a outros falta até casa para morar e recursos financeiros para satisfazer as necessidades mais básicas do dia a dia, o que inclui comida e medicamentos de uso contínuo”. Para tais palestinos e muitos outros – estima-se que no mundo haja em torno de 8 milhões desses refugiados –, a espera pelo cumprimento do direito de retorno a sua terra natal tem sido bastante árdua. A proposta é que possam relatar aos participantes do Fórum Mundial da Educação na Palestina, a se realizar em outubro próximo, os desafios que enfrentam na diáspora em conexão online.

Como ajudar

Uma rede de solidariedade começa a se formar, com uma campanha lançada pelo comitê de Mogi das Cruzes. O grupo abriu uma conta bancária para receber contribuições voluntárias que servirão de suporte para a inclusão social dessas pessoas que, abandonadas pelo Estado brasileiro, ainda permanecem sem condições de alcançar a auto-suficiência. A proposta é que cidadãos colaborem mensal ou bimestralmente, com depósitos de qualquer valor na Caixa Econômica Federal (Agência 0350, conta poupança 013, nº 00020048-0), para atendimento das necessidades básicas dos refugiados palestinos, num primeiro momento, e posteriormente a garantia de sua integração à sociedade brasileira.

Se a campanha for bem-sucedida, pode assegurar a independência dessas famílias, por exemplo com a formação de uma cooperativa de prestação de serviços que lhes garanta o auto-sustento. Mais informações podem ser obtidas com Mauro Rodrigues de Aguiar, integrante do comitê, pelo e-mail mroag@ig.com.br

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