Foto: Equipe Instituto Paulo Freire
Quem não tinha pensando em ir ou não sabia, mas parou para ver, acabou ficando. Este foi o caso da adolescente Caroline Regina Oliveira, 13 anos, que parou para prestigiar dançarinos(as) em uma das apresentações da Marcha Cultural, hoje, em Mogi das Cruzes, e continuou até o fim. O evento, que coloriu as praças e ruas do centro da cidade com palhaços, fanfarras, cartazes e bandeiras, abriu as atividades do Fórum Mundial de Educação Alto Tietê que acontece de 13 a 16 de setembro. A Marcha encerrou seu trajeto no Ginásio Municipal de Esportes com muito maracatu, street dance, entre outras danças.
Caroline representou um grupo escasso na Marcha: os (as) adolescentes. Das 5 mil pessoas, segundo a Secretaria Municipal de Transportes, havia poucos(as) deles(as) por ali. Adilson Ramos, educador de um grupo religioso de jovens e de danças folclóricas, também notou. “Moça, uma informação por gentileza. Onde estão os (as) jovens desta marcha?”, questionou.
Porém, educadores (as), familiares, homens, mulheres e muitas crianças caminharam os cerca de dois quilômetros pelas ruas do centro dando uma força ao tema do Fórum deste ano: Educação: Protagonismo na Diversidade. Força esta que resultou em “pequenos desconfortos físicos”, mas não atrapalhou, literalmente, a caminhada de algumas pessoas. “Meu pé está assando, mas estou adorando”, comentou Mariane Carolina, de 8 anos. E Larissa de Lima Duarte, de 6 anos, concordou:”Eu sabia que ia gostar.”
Para Márcia Helena Fernandez, presidente da Associação de Pais e Mestres, o Fórum é um espaço de reflexão sobre a educação. “É imprescindível esse tipo de mobilização para envolver ainda mais pais, familiares e educadores(as) no assunto. É um momento de parar, pensar e discutir sobre a educação no Brasil. Além disso, trocar experiências que deram certo em outras localidades como conheceremos aqui.”
Além da troca, Wilson Secari, de Poá, catador e há 12 anos gestor da Cooperativa de Reciclagem Unidos pelo Meio Ambiente, complementa: “Estamos aqui porque queremos chamar a atenção das pessoas para a nossa existência e importância da nossa atuação tão fundamental para o meio ambiente, além de geração de trabalho e renda”. A Cruma participará do FMEAT com 28 integrantes.
Educadora há 17 anos, Roseli Aparecida Pitta Silva, afirma que o Fórum é momento histórico para a região. “É um movimento estimulador, uma chamada para a educação, um olhar diferenciado para o respeito à diversidade que defendemos. É um momento de formação para nós educadores(as), de revermos nossas práticas educativas e aprimorá-las”, disse a coordenadora pedagógica da Escola Municipal Vereador Ástrea Barral Nebias.
O FME é um movimento aberto a todos(as) que lutam pela educação de qualidade como direito universal, que existe desde 2001, e já passou por diversas cidades e países. (por Thaís Chita)