Plebiscito Popular sobre a nulidade do leilão da Vale já começou!

Desde o dia 30 de agosto com as coletivas de imprensa que ocorreram em várias capitais do Brasil, deu-se início à Semana da Pátria com dois principais objetivos: realizar o terceiro plebiscito popular, neste ano sobre a nulidade do leilão de privatização da Cia. Vale do Rio Doce, e a 13ª edição do Grito dos Excluídos/as com o lema Isto não Vale: Queremos participação nos destinos da Nação.

Em alguns estados, a exemplo de Cuiabá/MT já realizou em praça pública o tradicional Chá com Pão, atividade que se realiza todos os anos como parte do Grito dos Excluídos. No Piauí, em Teresina, o plebiscito iniciou-se com grande força, já com coleta de votos nas praças, mercados e feiras livres. Isso para ressaltarmos dois exemplos da grande mobilização que já se espraiou pelo país. Em todo o Brasil são milhares de militantes, lideranças de várias idades e credos que saem as ruas para realizar o plebiscito e preparar o Grito dos Excluídos.

Para fazer rememorar, devemos dizer que a Vale foi privatizada em 1997 de modo fraudulento, onde um dos dados mais gritantes, questionado por 107 ações na justiça, é de que a Vale possuía, segundo levantamentos realizados, um patrimônio de 92 bilhões de reais e foi vendida por 3,3 bilhões de reais. E parte do valor utilizado pela empresas que compraram a Vale em 1997, foi conseguido através de empréstimos com o próprio BNDES, isto é, com o Estado brasileiro. O Estado vende o patrimônio do povo brasileiro e ao mesmo tempo empresta o recuso para a sua venda.

O território nacional, ou seja, o subsolo brasileiro possui minérios estratégicos para o desenvolvimento, como o ferro e o urânio. Não podemos deixar de considerar que a Cia. Vale do Rio Doce antes de ser fraudulentamente privatizada já produzia e rendia dividendo ao Estado, para que este, desenvolve-se políticas sociais. Era uma empresa que já dava lucros e não se tornou rentável após a privatização, essa é uma das falácias da privatização. Importante destacar que mais de 60% das ações da Companhia pertence ao capital estrangeiro, e 39,1% das ações são negociados na Bolsa de Nova York. Grande parte dos lucros da Vale, conseguidos pela exploração da riqueza de nosso subsolo e da exploração, não é investido e não permanece aqui no Brasil, como podemos ver por este quadro simplório, mas real, os lucros seguem para o exterior.

Por tanto, vale gritar que o Brasil precisa retomar o poder e o controle sobre setores estratégicos e essenciais da economia, que pode render e proporcionar o bem estar de toda a população. Preservando e respeitando o meio ambiente, as riquezas que estão sobre a terra e debaixo dela. Protegendo setores estratégicos como minérios, possibilitando a exploração responsável e sustentável, e assim gerando o desenvolvimento e o acesso a direitos básicos a toda a população, com controle e distribuição da renda, da terra. Tudo isso sendo feito de modo transparente e com o controle da população, dos movimentos sociais, dos cidadãos através dos instrumentos de participação legítimos.

Com estes elementos e os temas das perguntas que conduzem o plebiscito popular nesta semana de 1º a 7 de setembro de 2007 – a primeira pergunta trata da nulidade do leilão fraudulento da Cia Vale do Rio Doce; a segunda pergunta discorre sobre a prioridade do governo sobre os pagamentos das dívidas externa e interna em detrimento das políticas sociais – dividas estas que somadas ultrapassam 1,2 trilhões de reais -, a prioridade deve ser o investimento nas políticas públicas, na melhoria das condições de vida do povo – saúde, educação, saneamento, transporte, reforma agrária,…; a terceira pergunta – é sobre a energia elétrica explorada pelo capital privado e grande parte das empresas de energia elétrica que pertenciam ao Estado já foram privatizadas. A energia que o povo brasileiro tem pago significa um custo de oito vezes mais a energia paga pelas grandes empresas; e a quarta e ultima pergunta, se refere a preservação do direito dos cidadãos e cidadãs de terem acesso a previdência como um direito. A integra das perguntas encontra-se no site www.avaleenossa.org.br

O povo já ocupa as ruas, as praças, as escolas, universidades, os locais de trabalho para gritar pela nulidade da privatização da Vale do Rio Doce e gritar pela participação e o direito de ser chamado a decidir sobre questões fundamentais e estratégicas para a Nação. A participação direta é uma das principais demandas do Grito dos Excluídos/as que vem reforçando o trabalho desenvolvido e defendido pelos inúmeros movimentos sociais e populares ao longo dos anos – participação direta como direito.

Portanto, a cidadania ativa e consciente na Semana da Pátria é chamada a sair ás ruas e Gritar e participar no plebiscito popular que ocorre entre os dias 1º a 7 de setembro. Não fique de fora, venha gritar conosco – A VALE É NOSSA! A VALE É DO POVO BRASILEIRO.

wansetto@uol.com.br

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *