Pensata: Entre os discursos e ações

25/05/2010 09:49
Pensata: Entre os discursos e as ações, por Sucena Shkrada Resk

Ouvir. Como é importante essa palavra de cinco letras…Nossas vidas são povoadas de discursos explícitos e implícitos, com os quais, muitas vezes, não sabemos lidar. O vício de manter ideias preconcebidas no auge de nossos valores, nos torna insensíveis às chamadas entrelinhas. E aí enveredamos para as equivocadas e tendenciosas interpretações, que acabam nos fazendo perder literalmente o tempo, em sua vertente de integralidade. E ledo engano, quem considera que somos seres apolíticos (não se aplica aqui o sentido de partidarismo de legendas).

Aonde quero chegar com essa reflexão? Ao chamado pensamento crítico. Nas últimas semanas, ao fazer entrevistas e matérias sobre diferentes pautas socioambientais, ao ministrar aulas de educomunicação e voltadas à saúde ambiental, senti o quanto precisamos achar o ‘nosso tempo’ de parar, ouvir e dissecar as informações. O grande desafio é fazer o processo de imersão, que nos permita contextualizar a carga arrebatadora de informações com a qual nos defrontamos diariamente. Aí as desculpas da ‘falta de tempo’ são as mais usuais.

Mas é neste ponto, que está um elemento importante: saber administrar essa ‘ditadura do relógio’ e priorizar pautas, sem querer abraçar todos os temas de uma vez. Podemos, sim, nos informar sobre variados assuntos, mas elencarmos alguns nos quais pretendemos nos aprofundar. Isso vale para qualquer segmento de nossas vidas. Caso contrário, seremos sempre os generalistas do ontem e do amanhã. O repetidor de discursos vazios e que não consegue transpor a barreira do ‘achismo’.

Com certeza, é uma tarefa difícil. Mas qual seria o sabor de nossas existências, se não fôssemos desafiados continuamente, nesse cotidiano dos discursos, que levam a escolhas e, obviamente, a ações concretas?

Enfim, o grande desafio é não comprarmos facilmente belas retóricas, e aqueles glossários rebuscados ou supostamente ‘humildes’, que se repetem. O que percebemos, no fundo, é que a falta de consistência não preenche nossa assimilação. Por isso, toda hora é momento de refletir, pois somos seres pensantes e protagonistas nesse mundo. Precisamos, então, nos dar esse tempo para encontrarmos nossas raízes, nossas histórias, nossos objetivos…

O sentido de ‘nosso’ ingressa no contexto holístico. Isso não quer dizer que devemos anular a nossa individualidade, que é o DNA da presença de cada um no Planeta. Mas significa que não podemos vislumbrar somente linhas retas, sem a transversalidade.
Fonte: Blog Cidadãos do Mundo – Sucena Shkrada Resk – www.twitter.com/SucenaSResk

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