Os intelectuais brasileiros colaboraram com o Estado Novo?

Nosso ensaio busca mostrar que a natureza dessa colaboração não se confundiu com cumplicidade ideológica ou adesismo ao fascismo. Antônio Cândido, assim como o fizera antes Graciliano Ramos, separa de modo claro os intelectuais que “servem” daqueles que se “vendem”.

Quase sempre os nossos escritores e intelectuais se integravam na máquina governamental na condição de “funcionários subalternos das superestruturas”, no dizer de Sartre. Eles não tinham o poder de definir políticas públicas e nem de formular premissas ideológicas.

Carlos Nelson Coutinho enfatiza que não existe uma relação mecânica e direta entre cooptação e ausência de espírito crítico. “Se isso ocorria sob uma ditadura, sob a democracia de hoje, todo intelectual, mesmo cooptado pelo Estado, pode se tiver consciência e um posicionamento de esquerda, adotar posições políticas e estéticas de clara oposição ao “status quo (2004)”.

No tempo presente da sociedade líquida, uma irmã siamesa do neoliberalismo, ocorre uma despolitização geral da sociedade, e, consequentemente, da cultura: de questionadora de valores ela metamorfoseia- se em mercadoria. O filósofo Habermas vai mais além: “O intelectual existe na justa medida em que as pessoas leem. Com a previsível falência da leitura, o intelectual pós-moderno é um ser em extinção.”

Leia nosso ensaio aqui.

Carlos Russo Jr.

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