A votação estava sendo contabilizada. Sabia-se, pelo país, que Lula estava reeleito por vontade esmagadora da população. Mas o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, concedia entrevista coletiva para falar sobre a possibilidade de processos judiciais que invalidem resultados eleitorais
As perguntas tinham em mira a ameaça de interrupção do mandato presidencial ou de se forçar um “terceiro turno”, como aventado pela oposição durante o segundo turno, na medida em preferência por Lula crescia nas pesquisas.
O presidente do TSE precisou declarar que “não existe terceiro turno”, idéia que até o ex-presidenten Fernando Henrique Cardoso precisou admitir ser “coisa de golpista”. Mas acrescentou: “O que se pode ter é uma conclusão da Justiça Federal sobre desvirtuamento, repercutindo, portanto, no mandato. Não podemos confundir regras na aplicação da lei com justiciamento. Não haverá justiciamento, haverá julgamento”, afirmou.
Achando apropriado o momento para sentenciar que “a Constituição Federal submete a todos”, referindo-se a eventual resultado de julgamento que venha a interferir em resuldados eleitorais, Mello sugeriu: “Aguardemos”.
Pouco depois, às 19h30, coube ao presidente do TSE declarar que o presidente Lula estava reeleito, com 90% das urnas apuradas, e com mais 60% dos votos válidos para Lula.
O que ia pela cabeça do presidente do TSE
Antes mesmo de ver alguma mínima manifestação da imprensa a respeito do absurdo, indevido e escancarado posicionamento do TSE, na figura de seu presidente, em prol da candidatura do PSDB, indignei-me com tal, perguntando-me o quê, comom cidadão, eu poderia fazer isoladamente para que o TSE e seus membros retomassem a lisura de julgamentos a que, constitucionalmente estão obrigados.
Agora, eu me pergunto e pergunto a todos: isto pode ficar em brancas nuvens, ser esquecido, omitido? Nada se pode fazer para cobrar esta falta e fechar esta lacuna no Tribunal que permite um membro seu tomar posição politico-partidaria?
Onde está a OAB que tomou posições em varios assuntos no decorrer desta eleição em defesa do PSDB e seu candidato?
A quem compete cobrar do Ministro Marco Aurelio Mello seus desvios de conduta no exercicio do cargo e do posto?