O cerne da nossa questão central, ou seja, porque o capitalismo se sucede num turbilhão de crises e contra crises há mais de dois séculos, sem que tenhamos conseguido escapar dele?
O incrível de tudo isso é que o capitalismo não só não foi desmitificado como um deus ex-machina, como ainda evoluiu para a atual fase neoliberal. Em outras palavras, no atual “campo” histórico da modernidade, seus dois polos (econômico e político) não estão separados, mas, ao contrário, estão imbrincados, com o agravante da supremacia econômica sobre a política.
Como chegamos a isso? É conhecida a frase de Marx sobre a história poder ser estupidamente lenta. Mas, mesmo no tempo dela, a história pendeu algumas vezes para a grande massa das pessoas sem solução. Ainda que possamos identificar perversas motivações nos grupos desinteressados em pôr fim às desigualdades socioeconômicas ao longo da trajetória capitalista, muita coisa poderia ter sido diferente nos movimentos emancipatórios. Será?
Haverá um momento em que a tempestade que sopra do paraíso, em nome do progresso, deixará de amontoar ruínas. Resta saber se isso será uma boa notícia, para os humanos e a natureza.
Carlos Russo Jr.
Convidamos à leitura de nosso ensaio em:https://www.proust.com.br/post/o-capitalismo-n%C3%A3o-tem-salva%C3%A7%C3%A3o-mas-como-escapar-dele