“Um retrato do artista quando jovem”, obra semiautobiográfica, onde o autor escolheu fixar as impressões da infância, da adolescência e da juventude.
Quando jovem, o pai católico de James Joyce havia conseguido uma bolsa de estudos para o filho num seminário jesuíta, única forma de um pobre seguir seus estudos.
Na primeira parte de nosso ensaio apresentamos o terror da Primeira e da Segunda Morte, no Apocalipse. Agora, na segunda, enfocaremos os tormentos infindáveis das almas imersas num inferno jesuítico.
“O pecado mortal é punido no inferno com duas diferentes formas de castigo, o físico e o espiritual”.
I- No Inferno, a tortura física!
Tentemos compreender a natureza da morada dos danados, que a justiça do Deus ofendido criou para a eterna punição dos pecadores, dizia o Pregador!
Um fogo que não emite luz, somente queima sem se extinguir! Ele preserva aquilo que ele queima para que a tortura seja eternal.
O fedor e a putrefação!
No inferno não há lugar para vínculos fraternos!
Já não há tempo para redenção, para o arrependimento!
II No Inferno, a tortura psicológica!
A segunda pena que afligirá as almas danadas é o castigo da consciência e o papel dos Ministros do Deus da Vingança e da Punição!
A pena seguinte é a da extensão. Assim, cada sentido é atingido por um tormento que lhe é peculiar: a imaginação com as mais horríveis imagens, o espírito e a compreensão com uma treva mais terrível que as trevas da prisão.
Coexistindo com a pena da extensão temos a da intensidade e a eternidade.
“Tal é o terrível castigo para os que morrem em pecado mortal e decretado por um Deus todo poderoso e justo!”
Como são precisas, eloquentes e atuais as ponderações, os gritos de alerta, as denúncias de James Joyce, sobre as crenças e religiões apocalípticas de ontem e de hoje!
Carlos Russo Jr.
Convidamos à leitura de nosso ensaio em:https://www.proust.com.br/post/no-inferno-de-james-joyce-a-tortura-f%C3%ADsica-e-a-psicol%C3%B3gica-parte-ii