Não a municipalização da Saúde Indígena

foto: PET Comunidades Indígenas UFBA

Os problemas que rodeiam a saúde indígena foram debatidos durante o 3º Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia (3º ATL BA 2019), no final do dia 09 de maio de 2019. Durante a mesa Saúde Indígena – Municipalização: uma tentativa de desmonte, as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas e a importância da construção de uma atenção básica diferenciada com base na culturalidade foram alguns dos temas abordados.

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foto: PET Comunidades Indígenas UFBA

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Foto: PET Comunidades Indígenas UFBA

Participaram da mesa o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI), Sergio Bute; o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena Bahia (DSEI/BA), Gleidson Pinheiro; a coordenadora de equidade em saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SESAB) Uli Tupiná e a cacica Maria Kiriri. Durante o debate a história da administração da saúde indígena e os vários órgãos criados para administrá-la foi relembrada. Destacando-se os frutos da persistente luta dos povos indígenas sobre o tema. Funai, Funasa e o próprio DSEI foram alguns dos seus resultados.

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foto: PET Comunidades Indígenas UFBA
A cacica Maria Kiriri fez um discurso caloroso. Ela denunciou os problemas enfrentados em sua comunidade, como a falta de profissionais especializados nas áreas de assistência básica e de motoristas para levar os pacientes das aldeias para os hospitais no município. Ao defender a não municipalização da saúde indígena, a cacica Maria destacou as dificuldades que eram encontradas quando a saúde indígena encontrava-se gerida pelos municípios “ às vezes tinha médico em um mês e em dois ficava sem”, disse ela. Em resposta, Gleidson Pinheiro (DSEI/BA) relatou a dificuldade em relação à mão de obra. “Apesar do programa ser perfeito, faltam gestores administrativos”, esse problema se deve a “falta de programação de concursos para que supra essa demanda”, comentou Gleidson.

Durante o debate foi frisado a importância de se constituir uma atenção básica diferenciada com base na culturalidade. E também de se construir evidências e estudos a partir dos próprios indígenas para argumentar perante o governo a importância dessa atenção diferenciada.

Vaquinha Virtual
Para chegar em Salvador e manter o Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia – ATL BA 2019 foi criada vaquinha virtual. O dinheiro coletado será utilizado na compra de alimentos, materiais de limpeza, materiais para manutenção das barracas; bem como no pagamento do deslocamento dos indígenas para o acampamento e durante o acampamento para as audiências junto aos órgãos de estado. O movimento indígena baiano pede seu apoio. Toda ajuda é bem vinda! O link é :

http://vaka.me/529814

3º Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia – 3º ATL BA 2019

A 3ª edição do Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia (ATL BA 2019) acontece entre os dias 07 e 10 de maio de 2019, em Salvador – Bahia. Cerca de 600 indígenas, de 23 povos indígenas e suas mais de 140 comunidades da Bahia participam. As atividades estão concentradas na frente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA), localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
O encontro ocorre há três anos em caráter pacífico. Com o lema “Nenhum Direito a Menos!”, o Acampamento promove discussões entre indígenas, órgãos do governo e a sociedade seus direitos territoriais, educação, saúde, mulheres, juventude, infraestrutura, produção e meio ambiente. Em 2019, as principais pautas são Demarcação das Terras Indígenas, Educação e Saúde. O Movimento Unido dos Povos e Comunidades Indígenas da Bahia (MUPOIBA) organiza o acampamento, com apoio de diversos parceiros.

Comunicação Compartilhada do 3º ATL BA 2019

A comunicação compartilhada é o meio no qual atividades jornalísticas coletivas são criadas pelo encontro das mídias livres. Ela é estratégica para o fortalecimento da democracia num momento histórico marcado pela propagação do ódio e da violência com uso das tecnologias de comunicação. A comunicação compartilhada potencializa e é meio para a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), destaca Alessandro Sanches Pereira (Presidente do Instituto 17). E complementa: “ela auxilia na promoção de parcerias eficazes, estratégias mobilização e ações para o desenvolvimento sustentável, com vistas a garantia de que todos os seres humanos possam realizar o seu potencial com dignidade e igualdade, num ambiente saudável (ODS 17 – parcerias e meios de implementação).”

O Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA), em parceira com o PET Comunidade Indígenas da UFBA, o Instituto Hori/TV Kirimurê, o Instituto 17 e a Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada fazem parte da cobertura compartilhada do 3º ATL BA 2019

INFORMAÇÕES À IMPRENSA
Vanessa Pataxó:71 9 9159 5487
Carla Tuxá: 71 9 8785 7440
E-mail: acampamentoindigenaba2019@gmail.com
#nenhumdireitoamenos #digaaopovoquelutelutaremos

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