15/04/2011 17:42
Por outro lado são mais de 7 milhões de chances para tudo mudar, por Sucena Shkrada Resk
Existem alguns recordes, que não são motivo de orgulho, quando se tem por objetivo a melhoria da qualidade de vida nas grandes metrópoles. Um deles é a marca de São Paulo, de até março, registrar 7.012.795 veículos (5.124.568 carros, 889.164 motos, triciclos e quadriciclos, 718.450 micro-ônibus, caminhonetes e utilitários, 158.190 caminhões e 42.367 ônibus), segundo o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (DETRAN). O que torna essa realidade mais impactante é que no município há uma população de cerca de 11 milhões de habitantes.
Por outro lado, podemos enxergar esses números superlativos sob um outro prisma. Significam que há mais de 7 milhões de chances para a racionalização da circulação dessa frota ‘homérica’, a partir do momento que os condutores, suas famílias e as empresas que a utilizam, otimizarem a relação com os meios de transporte, tendo em vista, que nestes dados não estão computados o metrô, trem e as bicicletas, além da opção da caminhada, dependendo das circunstâncias, além da opção da carona solidária. Tudo isso, somado a ações efetivas do poder público. O que não é possível é que as pessoas usem os automóveis e motocicletas durante os sete dias da semana.
Afinal, isso é algo imperativo, tendo em vista a densidade cada vez maior dos congestionamentos, das partículas finais que seguem para a atmosfera que comprometem nossa saúde, da formação das ilhas de calor, da poluição sonora e do estresse provocado por horas no trânsito. Tudo isso ganha maiores proporções, com as más condições de manutenção de muitas vias, com as intempéries climáticas e pela imprudência praticada por alguns motoristas.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), só em 2009, morreram em decorrência de acidentes de trânsito na cidade, 1.342 pessoas. Quando se regionaliza as piores situações, quanto ao número de mortes de ocupantes de automóveis e caminhonetes por cem mil habitantes, por local de moradia da vítima, as concentrações maiores são encontradas nas regiões das subprefeituras de Ermelino Matarazzo, Parelheiros e Mooca. As informações fazem parte do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo (Pro-Aim)/Secretaria Municipal de Saúde (SMS), elaboradas pelo Kairós.
Entretanto, há outras mortes milhares de mortes relacionadas à poluição. Como destaca o patologista Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a qualidade do ar já reduziu a expectativa de vida do paulistano em um ano e meio em média – o equivalente a fumar quatro cigarros por dia.
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