O mundo se une à dor e ao sofrimento dos familiares dos mortos, que estavam na frota de barcos que levaria comida e remédios para Gaza.
A heróica tentativa de romper o ilegal e ilegítimo bloqueio israelense só reforça a idéia de que a mais poderosa arma que os povos têm na sua luta por uma sociedade mais justa é a solidariedade internacional.
Mais uma vez fica confirmado que o exercito de Israel é uma organização marcada pela covardia e pela prática de genocídio e terrorismo contra o povo palestino e contra todos que se rebelam em defesa de um Estado Palestino Laico e Democratico.
Nas ruas de várias cidades, que foram ocupadas por israelenses em 1948, bandos de sionistas-fascitas gritam “morte aos árabes” e tentam impedir, também com violência, as manifestações populares a favor de Gaza.
O MST apóia a greve dos trabalhadores e comerciantes nos territórios palestinos – ocupados em 1948 e 1967 – que aconteceu nesta terça-feira, e todas as manifestações de protesto que visam pressionar Israel para que cumpra as Resoluções das Nações Unidas sobre a Questão Palestina, respeite os princípios do direito internacional humanitário e para que não interfira nos comboios humanitários que rumam para Gaza.
É preciso transformar essa indignação diante da violência de Israel num gigantesco movimento de massas de caráter internacional que faça recuar esse mostro nazi-sionista.
O expansionismo e o militarismo israelense são parte da tentativa do imperialismo de sufocar as legítimas lutas de libertação nacional e por transformações sociais que se desenvolvem neste momento em todos os países do mundo.
A coragem, a sabedoria e a resistência do povo palestino são símbolos da resistência popular.
O grito de Pátria Livre se faz ouvir em todo o território palestino. Judeus, cristãos, muçulmanos e todas as forças democráticas, progressistas e antiimperialistas, dentro e fora da Palestina, se mobilizam em um movimento unificado contra o inimigo de toda a humanidade: o governo do Estado de Israel e seu aliado, o imperialismo dos Estados Unidos.
Um delegação do MST que visita a Palestina entrou em contato direto com o escritório da representação diplomática do Brasil em Ramallah-Palestina e recomendamos:
1. A condenação do ataque militar israelense à frota de barcos humanitária que tentava chegar a Gaza. Esse ataque resultou em vários mortos e feridos, inclusive uma brasileira, Iara Lee, cujo paradeiro até o momento desconhecemos. Saudamos o Ministério das Relações Exteriores, que divulgou ontem uma nota condenando o ataque.
2. As representações diplomáticas em Ramallah e Tel-Aviv devem se organizar para fazer uma visita por vilarejos palestinos e cidades, que foram destruídos, e onde o Estado de Israel ainda continua demolindo casas, desrespeitando os direitos humanos e os princípios do Direito Internacional Humanitário.
3. Organizar junto com o Comité Internacional da Cruz Vermelha em Jerusalem uma visita aos presos políticos palestinos, em especial às 34 mulheres e ao representante do Conselho Legislativo Palestino, Ahmad Sadat, que vive uma situação de isolamento absoluto, não podendo receber visitas nem mesmo de sua própria família.
4. O governo brasileiro deve voltar atrás na sua decisão de firmar, ratificar e regulamentar o Tratado de Livre Comercio Israel-Mercosul. Consideramos um grande erro manter relações comerciais desse nível com um Estado que desrespeita cotidianamente os direitos humanos e resoluções da ONU, em relação à Questão Palestina e aos princípios fundamentais do Direito Internacional Humanitário;
5. O governo brasileiro deve aproveitar o momento para refletir e amparar de maneira mais intensa e efetiva os refugiados palestinos que se encontram hoje no Brasil, principalmente os 150 palestinos que saíram do Iraque e ficaram em um Campo de Refugiados na Jordânia, e que hoje se encontram no Estado de São Paulo;
6. O governo brasileiro deve exigir mais uma vez que Israel cumpra as resoluções da ONU sobre o estabelecimento de um Estado Palestino Livre e Soberano no território da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, conforme resoluções já aprovadas e reiteradas em Assembleia Geral;
7. O Brasil deve utilizar todos os mecanismos disponíveis na Carta das Nações Unidas e outras resoluções internacionais para exigir do governo de Israel que cumpra a decisão do Tribunal Internacional da ONU de derrubar o “muro da vergonha”, que tem cerca de 400 km de extensão e separa o povo palestino e israelense, configurando uma situação de apartheid que priva dos palestinos o direito de ir e vir. Sugerimos uma visita à entrada dos palestinos em Belém, cidade onde nasceu Jesus, que hoje se encontra cercada.
Sigam em frente, irmãos e irmãs palestinos, com uma oliveira numa das mãos e uma pedra na outra, lembrando sempre de sua história, de sua origem e de sua tarefa: lutar permanentemente contra o sionismo e o governo de Israel, mesmo estando em condicões bastante desiguais frente ao inimigo-agressor.
Quem não cansa de lutar semeia a cada dia o caminho da vitória. A Palestina será livre, justa e soberana. Esse é o seu caminho e o destino de seu povo. Liberdade e terra para o povo palestino.
Secretaria Nacional do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST