Memórias da alameda

Tenho um afeto especial pela Dino Bueno e alamedas do entorno Nothmann, Glete, Helvétia, Cleveland, Ribeiro da Silva.. Quando era criança, eu as percorria todas as semanas, para ir visitar meus tios, que moravam na Dino.

A antiga rodoviária com suas telhas coloridas eram um espetáculo à parte e maravilhava a maioria das crianças que passavam por ali. O ronco dos Cometas também empolgava. Mas nada superava o helicóptero da Pirelli, que decolava dali pertinho e eu gostava de falar para todo mundo que era da minha madrinha e do meu padrinho (de fato eu achava que era da maiela e do paiolo, como eu os chamava kkkk).

O Liceu Coração de Jesus com sua imponência, mas que amedrontava porque ali também funcionava um internato. O colégio João Kopke. O Jardim da Luz com suas preguiças penduradas nas árvores eram colírios para os olhos infantis. Quanto tempo admirando aqueles bichinhos fofos que demoravam horas para fazer um único movimento. Os passarinhos, lagos com peixinhos, chafarizes e bancos pra sentar e ver o tempo passar sem se preocupar eram um bálsamo. A estação da Luz, em estilo inglês, local de encontros e despedidas. Gente que subia e descia apressadamente suas escadas.

Os trens da RFFSA e Fepasa. Da plataforma ou da janela do suburbano eu contemplava as elegantes composições de viagem, com seus vagões restaurantes enfeitados com vasos sobre as mesas, que movimentavam minha imaginação. Quando andaria em um daqueles, era o questionamento mental. Quanta emoção quando esse dia chegou. Ah… recordações de um tempo que Dória soterra sob os escombros do vil metal da especulação imobiliária e da repressão de uma máquina de matar que mata até sonhos de outrora…

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