Do outro lado do mundo, as notícias sobre a Palestina percorrem diferentes caminhos, e chegam até nós com diferentes discursos. Dependendo da mídia que noticia, um massacre pode ser chamado de conflito, e a vítima pode ser acusada até mesmo de ser culpada por morrer. Mas essas palavras trocadas não podem esconder o horror da carnificina na Faixa de Gaza, a violência do apartheid, os checkpoints, os ataques e bombardeios, as escolas e hospitais destruídos, bairros arrasados e desabastecidos de tudo. As notícias também não podem acobertar a resistência que renasce das vilas destroçadas pelas bombas e pelo luto, de um povo traumatizado com as quase duas mil mortes, dez mil feridos, e desabrigados aos milhares. Quando a mídia não mostra, as redes sociais escancaram. Quando a TV justifica, as mídias livres denunciam.
Cada postagem que informa de uma criança morta, de um jovem assassinado pelos forças militares de Israel, encontra no Brasil um povo que sabe o tamanho desse martírio. E o quanto custa resistir ao opressor. Ser um jovem negro no Brasil ou ser um jovem palestino nas terras ocupadas por Israel tem mais em comum do que a distância entre eles. Têm a experiência de se ver como parte de uma juventude ameaçada pelo racismo, a discriminação econômica e social, a negação de direitos e, principalmente, a violência que mata, promovida pelo Estado, acobertada pelo silêncio da mídia e da sociedade.
Nesta segunda-feira, dia 18, às 19h, a resistência palestina e do povo negro no Brasil serão temas de uma roda de conversa, que tratará também do papel da mídia, e do uso das mídias livres, na batalha da informação. A atividade “Levante contra o Genocídio – no Brasil, na Palestina, nas mídias livres” será realizada no auditório da Ação Educativa, Rua General Jardim, promovido pela Ciranda e pela Frente em Defesa do Povo Palestino e terá participação da professora Arlene Clemesha, do Centro de Estudos Árabes, da USP, da militante do Coletivo Quilombagem, Katiara, do militante do Movimento Negro Unificado, Honoré Al-mim Oadq , e da historiadora Gal Souza, e das jornalistas Rita Freire e Soraya Misleh. O encontro é preparatório da II Marcha (Inter) Nacional contra o genocídio da população negra em São Paulo, marcada para 22 de agosto.
A Marcha contra o Genocídio da População Negra em Sâo Paulo , no dia 22, terá concentração inicial no vão do Masp, na Avenida Paulista, às 17 horas, avançando pela avenida a partir das 19 horas.
Compareça, debata, levante-se e marche também!