Foto: Vanessa Pataxó
Hoje, dia 08.05.2018, ocorreu a Ato Político e Marcha dos Indígenas pelo Centro Administrativo da Bahia, passando pela Avenida Paralela. Mais de 500 indígenas participaram da caminhada. O Ato reivindicou a defesa da saúde indígena, educação, territórios e a garantia do não retrocesso aos direitos conquistados pelo movimento indígenas e garantidos segundo a Constituição federal.
Foto: Fabiana Kiriri
A manhã do segundo dia do Acampamento dos Povos indígenas da Bahia, 08/05/2019, começou com reunião entre a coordenação do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba) e representantes de cada delegação indígena participante. O objetivo foi definir as ações do dia. Após a reunião às delegações iniciaram os preparativos para o Ato político do acampamento.
Pinturas, rituais, confecção de cartazes deram início ao grande Ato político realizado pelos indígenas presentes no evento.
foto: Tatiana Scalco
O Ato teve como reivindicações principais a defesa da saúde indígena, educação, territórios e a garantia do não retrocesso aos direitos conquistados pelo movimento indígenas e garantidos segundo a Constituição federal. Cerca de 500 indígenas das 23 etnias da Bahia e demais etnias presentes no acampamento, fizeram uma caminhada com saída em frente a assembleia legislativa da Bahia, seguindo para a avenida Paralela e concentração em frente a secretária de justiça, onde ocorreu uma agenda com a presença de algumas lideranças.
fotos: Fabiana Kiriri, Vanessa Pataxó – PET Comunidades Indígenas UFBA
A situação é muito grave: além do entendimento do Governo Federal de autorizar que Mineradoras e outras Empresas possam explorar as áreas indígenas, muitas lideranças tem sido mortas: somente na região do Sul da Bahia, nos últimos 02 (dois) anos, 17 jovens indígenas foram mortos na defesa dos seus territórios e existem, ainda, outros 53 (cinquenta e três) índios ameaçados de morte, que, na atualidade, estão sobre os cuidados do Programa de Defensores aos Direitos Humanos (PPDDH), ligado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS).
Uma dessas lideranças é o Cacique Babau, líder da terra indígena Tupinambá de Olivença, de 47,3 mil hectares, localizada entre os municípios de Una, Ilhéus e Buerarema, no sul do estado — a terra abriga 4,6 mil indígenas – e que, inclusive, ao longo do processo deste processo de disputa das suas terras, foi preso por 02 (duas) vezes, a primeira delas, em 2014, por se negar a depor em um inquérito policial que apurava o assassinato de um produtor rural em que ele era suspeito, e outra em 2016, durante uma ação de reintegração de posse.
foto: Alberto Lima
A outra é a cacica Cátia Tupinambá, chefe indígena da Aldeia Patiburi que luta pela demarcação da terra indígena Tupinambá de Belmonte, área de 9.521 hectares, que teve um filho morto, em um acidente de carro não esclarecido, e se encontra com um enteado desaparecido.
Foto: Vinicius Oliveira/MTST
Vaquinha Virtual
Para chegar em Salvador e manter o Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia – ATL BA 2019 foi criada vaquinha virtual. O dinheiro coletado será utilizado na compra de alimentos, materiais de limpeza, materiais para manutenção das barracas; bem como no pagamento do deslocamento dos indígenas para o acampamento e durante o acampamento para as audiências junto aos órgãos de estado. O movimento indígena baiano pede seu apoio. Toda ajuda é bem vinda! O link é :
http://vaka.me/529814
3º Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia – 3º ATL BA 2019
A 3ª edição do Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia (ATL BA 2019) acontece entre os dias 07 e 10 de maio de 2019, em Salvador – Bahia. Cerca de 600 indígenas, de 23 povos indígenas e suas mais de 140 comunidades da Bahia participam. As atividades estão concentradas na frente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA), localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
O encontro ocorre há três anos em caráter pacífico. Com o lema “Nenhum Direito a Menos!”, o Acampamento promove discussões entre indígenas, órgãos do governo e a sociedade seus direitos territoriais, educação, saúde, mulheres, juventude, infraestrutura, produção e meio ambiente. Em 2019, as principais pautas são Demarcação das Terras Indígenas, Educação e Saúde. O Movimento Unido dos Povos e Comunidades Indígenas da Bahia (MUPOIBA) organiza o acampamento, com apoio de diversos parceiros.
Comunicação Compartilhada do 3º ATL BA 2019
A comunicação compartilhada é o meio no qual atividades jornalísticas coletivas são criadas pelo encontro das mídias livres. Ela é estratégica para o fortalecimento da democracia num momento histórico marcado pela propagação do ódio e da violência com uso das tecnologias de comunicação. A comunicação compartilhada potencializa e é meio para a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), destaca Alessandro Sanches Pereira (Presidente do Instituto 17). E complementa: “ela auxilia na promoção de parcerias eficazes, estratégias mobilização e ações para o desenvolvimento sustentável, com vistas a garantia de que todos os seres humanos possam realizar o seu potencial com dignidade e igualdade, num ambiente saudável (ODS 17 – parcerias e meios de implementação).”
O Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA), em parceira com o PET Comunidade Indígenas da UFBA, o Instituto Hori/TV Kirimurê, o Instituto 17 e a Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada fazem parte da cobertura compartilhada do 3º ATL BA 2019
INFORMAÇÕES À IMPRENSA
Vanessa Pataxó:71 9 9159 5487
Carla Tuxá: 71 9 8785 7440
E-mail: acampamentoindigenaba2019@gmail.com
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