Em meio à expectativa pela licença ambiental para a Usina
Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu hoje (8) autorização para outro empreendimento na Amazônia, a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio do Jari, no Rio Jari, na divisa entre o
Pará e o Amapá.
A usina terá potência instalada de 300 megawatts, bem menor que Belo Monte ou as hidrelétricas do Rio Madeira (RO), mas ainda assim o suficiente para abastecer uma cidade de 1,5 milhão de habitantes. No entanto, a energia de Santo Antônio do Jari deverá beneficiar principalmente indústrias de celulose instaladas na região. A usina será construída pela ECE Participações – principal acionista, com 90% – e pela Jari Energética, empresa do grupo Orsa, proprietária do projeto Jari Celulose.
A licença prévia, primeira etapa do licenciamento ambiental, foi assinada pelo presidente do instituto, Roberto Messias Franco, e prevê 25 condicionantes a serem cumpridas antes do início das obras. O Estudo de Impacto Ambiental da hidrelétrica prevê o alagamento de 31,7
quilômetros quadrados para formação do lago da usina, área
relativamente pequena. Já a licença de Belo Monte continua em análise pelos técnicos do Ibama e deve sair em janeiro. Na última terça-feira (1º), o diretor de
licenciamento do instituto, Sebastião Custódio Pires, deixou o cargo e foi substituído por Pedro Bignelli. A área de licenciamento têm sido alvo de pressões da área econômica do governo, principalmente com relação aos casos de empreendimentos energéticos.