Haiti – A comunicação e a saúde ambiental

14/01/2010 15:51
Haiti – A comunicação e a saúde ambiental, por Sucena Shkrada Resk
Os acontecimentos trágicos que afligem o Haiti me remetem aos dados apresentados na 5ª edição do Global Climate Risk Índex 2010, da organização não-governamental(ONG) Germanwatch – http://www.germanwatch.org/klima/cri2010.pdf, na qual figura em sexto lugar no mundo, quanto à vulnerabilidade, no período de 1990 a 2008. O documento exposto, durante a COP15, em dezembro passado, registra aproximadamente 600 mil mortes no mundo, neste intervalo, devido a mudanças climáticas. Não importa se os cataclismas são de fundo antrópico ou não. O fato é que as ações preventivas são indispensáveis. É uma questão de saúde ambiental e a comunicação pode ter um importante papel neste processo.

Primeiramente o país caribenho sofre com centenas de furações e abalos sísmicos de menor proporção anualmente, o que exige um investimento de reconstrução, que tenha foco em defesa civil e em sistema de alerta integrado, que atende ao princípio da adaptação. Tantas vidas estão perdidas, não só, por causa do terremoto, mas porque pessoas vivem na miserabilidade. O mundo agora enxerga esses irmãos, que por tantas décadas, sofreram opressão de regimes despóticos e foram negligenciados.

A comunicação entra com apelo educativo, que visa desde orientações de ferver a água a como proceder em situação de perigo de cataclismas climáticos. O fato é que, apesar de esses homens, mulheres e crianças viverem em um lugar rico em belezas naturais, rodeado por um mar de cartão-postal, não conseguem usufruir desse suposto paraíso.

Para muitos faltam saneamento básico, acessibilidade, água potável, alimentação, educação, roupas e, obviamente, saúde. A mortalidade é de 10,15/1000 hab (dados 2008, do The World Fact Book, da Agência Central de Inteligência Norte-Americana). A expectativa de vida não chega aos 60 anos e a economia é calcada na agricultura.

Hoje, com certeza, a preocupação é salvar vidas sob os escombros das edificações destruídas. Cada segundo é indispensável, mas o planejamento a longo prazo, requer, sim, ações efetivas de apoio do Banco Mundial (BIRD), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), das Organizações das Nações Unidas (ONU), dos países da América. Os países insulares são incontestavelmente os que mais sofrem e sofrerão com as mudanças climáticas.

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Fonte: [www.cidadaodomundo.blogse.com.br-jornalista Sucena Shkrada Resk – www.twitter.com/SucenaSResk