O modernismo europeu antecedera em mais de uma década o nosso pensar moderno. Na verdade, o princípio do século XX coincidira com o colapso da cultura europeia tradicional.
Já o movimento modernista chega ao Brasil com o atraso de quase duas décadas.
Aqui ele expressa tanto um projeto estético de renovação e ruptura com a linguagem tradicional, aporta certa visão benevolente de uma natureza divinamente revestida e repleta de nossas diversidades regionais, o que redundava numa perspectiva ufanista de um Brasil idealizado pela intelectualidade urbana.
O modernismo aqui, portanto, estará inscrito num longo processo histórico e social, que extravasa largamente os limites do estético.
Interessantíssimo, dizia Mario de Andrade, que ao chegar por nossas terras o movimento modernista não encontrará apoio algum junto aos capitães da indústria.
A Semana de Arte Moderna de 1922, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro.
Multidões disputaram cada canto do Teatro Municipal. Para uma assistência animada, que tanto aplaudia quanto vaiava sem parar. Nada do vetusto teatro lembrava aquele momento histórico!
Graça Aranha abriu a Semana dizendo: “Da libertação de nosso espírito sairá a alma vitoriosa… São essas pinturas extravagantes, essas esculturas absurdas, essa música alucinada, essa poesia aérea e desarticulada. Maravilhosa aurora”!
Por volta de 1924 uma “estética modernista” já fora alcançada. O moderno chegara para ficar.
Que os ares de um novo 22 purifiquem e restaurem as esperanças de um NOVO tempo para nosso país!
Carlos Russo Jr
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