Fronteiras do conhecimento

“Posso ser o que você é sem deixar de ser quem sou”. Essa frase estampada no slide apresentado por Marcos Terena, no dia 24, no encontro Entremundos, em Registro, SP, segundo ele, é da sua fase de estudante, proferida em 1981, na União das Nações Indígenas (UNI) e traduz todos os anseios presentes hoje entre eles.

“Pela primeira vez no Brasil, na semana passada, a banca examinadora de mestrado de dois indígenas Terena ouviu dos mestrandos suas defesas em português e terena, na própria aldeia. Isso é um momento histórico”, conta. Segundo Marcos, o único cuidado que não pode ser desprezado, nessa integração, é para que os índios com formação universitária não menosprezem suas tradições ancestrais. Ele lembra que há um longo processo histórico, há décadas e séculos atrás, quando o índio era considerado incapaz pelo Estado. brasileiro… “.

Ele conta que sofreu na pele isso, quando teve esperar por três anos, para reconhecerem que estava apto a pilotar aviões e liberarem seu brevê, apesar de ter cursado na Força Aérea Brasileira (FAB). “Depois pilotei na Fundação Nacional do Índio (FUNAI)…”. Foi uma das oportunidades em que conheceu vários povos pelo Brasil e facilitou seu trabalho político e militância voltados aos índigenas.

Ele foi coordenador geral da Conferencia Mundial dos Povos Indígenas durante a RIO 92 e também participou da criação da Declaração da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos Indígenas, como contribuiu aos direitos indígenas na Constituinte de 88.

Hoje Terena, além de seu papel político, participa da Cátedra Índigena Itinerante e representa o Brasil em fóruns internacionais, no campo da espiritualidade indígena.

Confira a íntegra do evento em Ocareté-Entremundos -www.ocarete.org.br/entremundos

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