Expulsão na madrugada

Fotos por Renata Piekarski, Mariane Balduino e Josemario Nascimento

Ocupados na reitoria da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo desde o dia 5 de novembro, estudantes foram expulsos pelo batalhão da tropa de choque por volta das 3 horas da manhã desta madrugada. Eram cerca de 200 estudantes que se encontravam no interior da reitoria naquele momento e a operação contou com cerca de 200 policiais e 300 policiais nos arredores da instituição, contando com a Força Tática, o Grupo de Operações Especiais, Tropa de Choque e Polícia Militar.

O choque entrou pela porta de trás da reitoria e já estavam sem a identificação no peito, para então reunir todos os estudantes presentes dentro do Gabinete da Reitora. O oficial de Justiça leu o Mandato de Reitegração de Posse aos ocupantes, no qual constava a possibilidade de utilizar o aparato de repressão estatal para garantir a desocupação. Após a leitura do Mandato, o oficial saiu do Gabinete, ficando apenas policiais da tropa de Choque, que indicaram 3 possibilidades de desocupação, sendo elas: a saída pacífica em grupos de cinco, a saída com uso de força policial, ou o confronto das duas partes. O conjunto do Movimento OcupaPuc decidiu pela desocupação pacífica, sendo obrigados a identificar-se com número de RG e nome completo.

Diversas aulas foram suspensas e alguns professores tentaram entrar na reitoria para tentar um diálogo com o Chefe de Gabinete, Guilherme Simões Gomes Júnior. A Força Tática ainda encontra-se na porta principal e cerca de 150 estudantes permanecem em frente à reitoria em protesto à decisão da reitora, que convocou a entrada da polícia no campus após exatos 30 anos desde a expulsão da mesma em 1977, durante o período da ditadura.

Os estudantes reivindicam anulação do processo de redesenho institucional que prevê a criação de institutos auto-financiáveis abertos ao capital privado, verticalização da estrutura de poder da universidade, que hoje conta com conselhos departamentais e universitário não-paritários, fomentando cursos de formação rápida (tecnólogos) que enfocam diretamente o mercado de trabalho, assim deixando de priorizar a pesquisa e conhecimento. Além disso, reivindicam a abertura do edital de bolsas a todos os alunos que dependem da mesma, a possibilidade de matrícula dos estudantes inadimplentes, e nenhuma punição aos estudantes que participaram da ocupação de reitoria. No momento, os estudantes reunidos com professores no saguão principal discuram o processo de desocupação e a entrada da polícia no campus, e tiraram como resolução acampar em frente ao Prédio Velho da PUC.

Renata Piekarski, aluna do curso de Ciências Sociais e Luka Franca, aluna do curso de Comunicação-Jornalismo

Fotos por Renata Piekarski, Mariane Balduino e Josemario Nascimento

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